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Nas áreas rurais de Portugal as festas, sobretudo as que têm lugar nas estações frias, continuam a integrar o ciclo agro-pastoril anual. Nessas festividades, a permanência de dádivas alimentares dedicadas aos santos pode indiciar uma sobrevivência de remotos cultos colectivos. Essa dedicação manifesta-se periodicamente num número expressivo de comunidades, aprovando uma conexão efémera entre grupos e indivíduos. Numa data aprazada, a dádiva compartilhada contribui para aliviar a escassez de alimentos e confirmar relações sociais de proximidade. Através de uma descrição etnográfica que assinala diferentes festividades tendo como patrono o santo merecedor de devoção da comunidade, percorremos diferentes regiões do país, procurando destacar a importância dos alimentos — além do pão, sobretudo a carne e o vinho — enquanto elos de ligação social. Para esta pesquisa socorremo-nos dos registos resultantes da observação-participante nalgumas festividades marcadas por essa partilha de bens alimentares, durante vários anos, sobretudo a norte de Portugal, mas também no litoral da região de Lisboa. A referência à maioria dos demais bodos, principalmente ocorridos nas províncias da Beira e do Alentejo, deve-se à leitura das obras sobre o tema consultadas e selecionadas na bibliografia.