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Os primórdios da religião politizada: a teologização de conceitos políticos imperiais no Israel Antigo
Religiões são produtos políticos, sociológicos e culturais. A religião dos antigos Israel e Judá como refletida na Bíblia Hebraica/Antigo Testamento foi especialmente moldurada pelas suas interações com as ideologias imperiais do antigo Oriente Próximo, ou seja, os pensamentos políticos dos impérios do primeiro milênio antes da nossa era. O livro de Deuteronômio adaptou a estrutura básica de tratados assírios de vassalo (9º a 7º séculos antes da nossa era). No entanto, os transformou radicalmente: em vez de requerer que nações subjugadas teriam que ser absolutamente leais ao rei da Assíria, o livro de Deuteronômio exige que seja exclusivamente leal ao seu Deus. O chamado Documento Sacerdotal (P) na Torá reflete a ideologia do Império Persa (6º a 4º séculos antes da nossa era): os persas administravam seu império de um jeito pluralístico e bastante tolerante, permitindo às nações subjugadas viverem de acordo com sua própria religião e costumes. Neste caso, P estava em concordância com a ideologia imperial dos persas: textos como Gênesis 10 exibem uma concepção do mundo no qual toda nação deve ter sua própria língua, cultura e religião. Reconhecer o pano de fundo político de teologias bíblicas ajuda na compreensão de textos e livros bíblicos, pois muitas vezes interpretaram Deus de um modo inspirado pelo pensamento político da época na qual foram compostos.