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Paralelo à sua história, comentamos brevemente a história da educação escolar indígena, a fim de mostrar como ela tem sido usada historicamente pelo Estado como um instrumento unificador, homogenizador de povos, e de suas respectivas culturas, línguas e cosmovisões, de um modo geral. Assim, analisamos o corpus desta pesquisa interdisciplinar a partir das contribuições da análise do discurso de linha francesa, a fim de compreender os sentidos dos dizeres e, com isso, relacionar língua, história e sujeito. Como principais resultados, identificamos que os sujeitos entrevistados materializam em seus discursos uma tensão que carrega toda uma perspectiva crítica em torno do desamparo legal pelo Estado no que se refere à educação escolar indígena, percebida a partir da vivência do povo Kỳikatêjê, mas também que existe uma intencionalidade que leva esse povo a resistir e a insistir na efetivação de direitos adquiridos pelas populações indígenas na recente história do Brasil.","PeriodicalId":31753,"journal":{"name":"Educacao Ciencia e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Perspectivas discursivas sobre educação escolar indígena na construção da escola Kỳikatêjê\",\"authors\":\"Jorge Domingues Lopes, Quélvia Souza Tavares\",\"doi\":\"10.18316/recc.v26i2.7474\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Neste artigo investigamos, nos discursos de dois indígenas participantes da criação da Escola Mẽ Akre Kôjakati, da comunidade indígena Kỳikatêjê, que vive na Reserva Indígena Mãe Maria (RIMM), perspectivas relacionadas à educação escolar indígena, em particular no que se refere às ações do Estado na efetivação dos direitos adquiridos pelos povos indígenas no Brasil. 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Perspectivas discursivas sobre educação escolar indígena na construção da escola Kỳikatêjê
Neste artigo investigamos, nos discursos de dois indígenas participantes da criação da Escola Mẽ Akre Kôjakati, da comunidade indígena Kỳikatêjê, que vive na Reserva Indígena Mãe Maria (RIMM), perspectivas relacionadas à educação escolar indígena, em particular no que se refere às ações do Estado na efetivação dos direitos adquiridos pelos povos indígenas no Brasil. A partir de entrevistas, constituímos um corpus com textos e, a partir dos discursos neles contidos, investigamos como a escola indígena vem sendo idealizada e efetivada. Para tanto, contextualizamos suscintamente o lócus dessa pesquisa, a partir da sua história, seus deslocamentos e realocamentos, bem como as tentativas de “amansamento” sofridas contra os indígenas. Paralelo à sua história, comentamos brevemente a história da educação escolar indígena, a fim de mostrar como ela tem sido usada historicamente pelo Estado como um instrumento unificador, homogenizador de povos, e de suas respectivas culturas, línguas e cosmovisões, de um modo geral. Assim, analisamos o corpus desta pesquisa interdisciplinar a partir das contribuições da análise do discurso de linha francesa, a fim de compreender os sentidos dos dizeres e, com isso, relacionar língua, história e sujeito. Como principais resultados, identificamos que os sujeitos entrevistados materializam em seus discursos uma tensão que carrega toda uma perspectiva crítica em torno do desamparo legal pelo Estado no que se refere à educação escolar indígena, percebida a partir da vivência do povo Kỳikatêjê, mas também que existe uma intencionalidade que leva esse povo a resistir e a insistir na efetivação de direitos adquiridos pelas populações indígenas na recente história do Brasil.