收集过去的记忆:法语加勒比作品中的祖父母肖像

V. Rocha
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摘要

本文旨在考察祖父母在父母去世后孙辈和孙女撰写的理论和文学文本中对老年的想象。随着几个人口的显著老龄化,迫切需要重新审视这一人生阶段的范式,将其视为一个衰落阶段,有利于疾病、衰弱和不可避免的死亡。从突尼斯文学评论家Albert Memmi提出的“避难所价值”概念出发,为了像巴西作家和心理学家Éclea Bosi一样“收集老年人的记忆”,我们的分析集中在法语加勒比作品中的家庭关系和祖先在社会中的重要性,更确切地说是马提尼克岛和瓜德罗普群岛。从这个意义上说,我们特别欢迎马提尼加人帕特里克·查莫瓦索、拉斐尔·科芬特、法比安·卡诺和瓜达卢佩人西蒙·施瓦茨·巴特、玛丽斯·孔戴和多米尼克·兰卡斯特的作品,在这些作品中,老年与文学表现之间的关系出现了,“身份搜索”(CHAMOISEAU,2016)“呈现”(FOUCAULT,1992)、“虚构”(HUSTON,2008)和死亡作为“缺席”(CHAMO ISEAU)。最后,我们从树(HAMPÉTÉB)、“腐殖质”(KANOR,2006)和“树液”(BOSI,2003)的隐喻中看到了祖先及其重要性,以展示一个以祖父母“老得不能死”的教义、叛乱和利他主义为标志的社会体(MARIANO,2020)。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Colher memórias de velhos: retratos de avós em obras do Caribe francófono
Este artigo se propõe a perscrutar representações da velhice a partir do imaginário de avós em textos teórico-literários redigidos por seus netos e netas após o falecimento dos progenitores. Com o envelhecimento acentuado de diversas populações, torna-se urgente revisitar o paradigma desta fase da vida como etapa de declínio, propícia à doença, ao enfraquecimento e à inevitável morte. Partindo-se do conceito de “valor refúgio” proposto pelo crítico literário tunisiano Albert Memmi e no intuito de ‘colher memórias de velhos’, como o fez a escritora e psicóloga brasileira Éclea Bosi, nossas análises se debruçam nas relações familiares e na importância da ancestralidade no seio da sociedade em obras do caribe francófono, mais precisamente da ilha de Martinica e do arquipélago de Guadalupe. Neste sentido, acolhemos notadamente textos dos martinicanos Patrick Chamoiseau, Raphaël Confiant, Fabienne Kanor e dos guadalupenses Simone Schwarz-Bart, Maryse Condé e Dominique Lancastre nos quais estão em cena a relação entre velhice e representação literária  e nos quais emergem as noções de “oralitura” (CHAMOISEAU, 2002) , “busca identitária” (CHAMOISEAU, 2016) “presentificação” (FOUCAULT, 1992), “fabulação” (HUSTON, 2008) e morte como “ausência” (CHAMOISEAU, 2016). Por fim, vislumbra-se a ancestralidade e sua importância a partir da metáfora da árvore (HAMPÂTÉ BÂ), do “húmus” (KANOR, 2006) e da “seiva” (BOSI, 2003) para dar a ver um corpo social marcado pelos ensinamentos, pelas insurgências e pelo altruísmo de avós “velhos demais para morrer” (MARIANO, 2020).
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