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No hay vida: desmantelamentos e permanências em bateyes cubanos
Em 2002, o governo cubano publicou um documento que explicitava a necessidade de “reestruturar” o campo acucareiro. Dezenas de usinas foram, entao, desarmadas e desmanteladas, deixando os bateyes sem aquilo que lhes trazia “vida” e “movimento”. Neste artigo, intento apresentar como esse processo de “reestruturacao” e, ao mesmo tempo, “deterioracao” foi percebido, avaliado e ultrapassado pelas pessoas que foram diretamente afetadas por ele. Para tanto, conjugo, numa especie de descricao por contraste e modulacao de escala, as perspectivas do Estado – representada pelos programas de acao e pela construcao de uma ideia de “eficiencia” – e dos moradores de diferentes areas que viviam da producao de acucar, para os quais a formulacao de temporalidades e o manuseio de materiais aparecem como formas de reajustar um mundo rompido. Do inicio ao fim, demonstro como o acucar, ausente, mas presentificado em arruinamentos, e uma substância de longa duracao que produz paisagens e altera subjetividades.