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O esforço deste ensaio consiste em discutir as várias temporalidades e espacialidades urbanas, bem como as desigualdades e processos de segregação que se apresentam nas cidades, utilizando a literatura - em especial dos romances Oliver Twist, de Charles Dickens, e Capitães da Areia, de Jorge Amado. Nas duas obras, os protagonistas são lançados a condições de miséria e abandono - o que denota como tais situações sempre estiveram presentes no cenário urbano, independentemente da época ou lugar. Nossa crítica desenvolve-se à medida que transitamos entre a literatura, a teoria e algumas referências empíricas, sendo possível demonstrar que, na realidade, entre esses sujeitos (os ditos “pivetes” ou “menores”), há uma linguagem comum: a miséria. Linguagem esta que é fruto de um espaço geográfico que segrega, individualiza e discrimina seus sujeitos. Linguagem construída sobre o sentimento de não pertencimento e rejeição, mas que também leva a táticas de resistência e sobrevivência em um ambiente que se revela tão hostil para muitos.