{"title":"玛丽亚·瓦莱里亚·雷岑德小说《四十天》中的产妇与老年","authors":"R. C. Sant'Ana","doi":"10.5007/2175-7917.2021.e77991","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O corpo feminino em fase de envelhecimento é duplamente alvo das formas de controle, uma vez que tanto os corpos femininos quanto os corpos velhos encontram-se situados no interior de uma rede de poderes que lhes impõe limitações, proibições e/ou obrigações. Trata-se de corpos constantemente submetidos a uma forma de poder, à qual Bourdieu (2012) atribui a noção de violência simbólica, exercida pelas estruturas de dominação, que acabam por orientar as práticas sociais. Assim, a partir das considerações em torno da dualidade público/privado (BIROLI, 2014a, 2014b, 2015), este artigo busca analisar a condição feminina na velhice, as relações familiares e a temática da maternidade representadas no romance Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende (2014), a fim de demonstrar como a atuação da violência simbólica sobre o corpo feminino em fase de envelhecimento é naturalizada e sistematicamente reproduzida. Através deste estudo, procurei apresentar o modo como o romance possibilita repensarmos a velhice feminina para além dos estereótipos e preconceitos existentes, na medida em que rompe com estruturas socioculturais e discursivas dominantes, fazendo ecoar um tipo de voz contracultural, capaz de produzir novos valores e novas formas de pensar o feminino e a velhice.","PeriodicalId":30964,"journal":{"name":"Anuario de Literatura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-06-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Maternidade e velhice no romance Quarenta dias de Maria Valéria Rezende\",\"authors\":\"R. C. Sant'Ana\",\"doi\":\"10.5007/2175-7917.2021.e77991\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O corpo feminino em fase de envelhecimento é duplamente alvo das formas de controle, uma vez que tanto os corpos femininos quanto os corpos velhos encontram-se situados no interior de uma rede de poderes que lhes impõe limitações, proibições e/ou obrigações. Trata-se de corpos constantemente submetidos a uma forma de poder, à qual Bourdieu (2012) atribui a noção de violência simbólica, exercida pelas estruturas de dominação, que acabam por orientar as práticas sociais. Assim, a partir das considerações em torno da dualidade público/privado (BIROLI, 2014a, 2014b, 2015), este artigo busca analisar a condição feminina na velhice, as relações familiares e a temática da maternidade representadas no romance Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende (2014), a fim de demonstrar como a atuação da violência simbólica sobre o corpo feminino em fase de envelhecimento é naturalizada e sistematicamente reproduzida. Através deste estudo, procurei apresentar o modo como o romance possibilita repensarmos a velhice feminina para além dos estereótipos e preconceitos existentes, na medida em que rompe com estruturas socioculturais e discursivas dominantes, fazendo ecoar um tipo de voz contracultural, capaz de produzir novos valores e novas formas de pensar o feminino e a velhice.\",\"PeriodicalId\":30964,\"journal\":{\"name\":\"Anuario de Literatura\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-06-25\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anuario de Literatura\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5007/2175-7917.2021.e77991\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anuario de Literatura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2175-7917.2021.e77991","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Maternidade e velhice no romance Quarenta dias de Maria Valéria Rezende
O corpo feminino em fase de envelhecimento é duplamente alvo das formas de controle, uma vez que tanto os corpos femininos quanto os corpos velhos encontram-se situados no interior de uma rede de poderes que lhes impõe limitações, proibições e/ou obrigações. Trata-se de corpos constantemente submetidos a uma forma de poder, à qual Bourdieu (2012) atribui a noção de violência simbólica, exercida pelas estruturas de dominação, que acabam por orientar as práticas sociais. Assim, a partir das considerações em torno da dualidade público/privado (BIROLI, 2014a, 2014b, 2015), este artigo busca analisar a condição feminina na velhice, as relações familiares e a temática da maternidade representadas no romance Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende (2014), a fim de demonstrar como a atuação da violência simbólica sobre o corpo feminino em fase de envelhecimento é naturalizada e sistematicamente reproduzida. Através deste estudo, procurei apresentar o modo como o romance possibilita repensarmos a velhice feminina para além dos estereótipos e preconceitos existentes, na medida em que rompe com estruturas socioculturais e discursivas dominantes, fazendo ecoar um tipo de voz contracultural, capaz de produzir novos valores e novas formas de pensar o feminino e a velhice.