Simone Pereira da Costa Dourado, Márcia Stengel, Daniela Soares da Silva, Isabela Cristina Pires Machado
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Esse artigo objetiva discutir dimensões da qualificação dos números de mortes por COVID-19 contadas pelo Projeto Inumeráveis, observando narrativas criadas para os momentos de despedida. Por meio da análise de algumas histórias, a partir de Maringá e Belo Horizonte, buscamos compreender como as perdas são elaboradas por uma sociedade que vive a crise sanitária em um contexto de predomínio da cultura digital e da divulgação de informações em ritmo acelerado em razão da predominância das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação no cotidiano das pessoas. Os exemplos indicam que o sentimento de perda e luto é coletivamente vivido, ainda que guarde uma dimensão de tratamento do indivíduo, e precisa ser comunitariamente elaborado para que as mortes evitáveis não se repitam, posto que há fortes indícios de que se a gestão da crise sanitária tivesse recebido mais atenção e controle do poder público o desfecho poderia ter sido menos traumático.