{"title":"斯坦尼斯·阿勒姆:科学与美沙物理学交叉的小说","authors":"Henryk Siewierski","doi":"10.5216/LEP.V20I1.44850","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo discute, no âmbito da metafisica, o “eu poroso” e o “eu armado”, partindo uma radiografia das intuicoes religiosas e ateistas do seculo XX. A formulacao teorica tem como base as conclusoes do filosofo canadense Charles Taylor, na sua obra A Secular Age , que faz uma antinomia entre duas formulacoes do eu: o “eu poroso” (ou: self poroso) e o “eu armado” (ou: self protegido). O primeiro caso refere-se a um eu que se fez presente em eras passadas e que se deixava penetrar por crencas, supersticoes, anjos e demonios. O segundo e a forma contemporânea do eu armado e protegido com as conquistas da razao no campo da ciencia e avancos da tecnologia. Ao contrario do eu poroso o eu armado tem sua autonomia garantida em face de elementos transcendentais e metafisicos. O corpus para a aplicacao da teoria exposta e o escritor, filosofo e futurologo polones Stanislaw Lem (1921, Lvov – 2006, Cracovia), considerado um dos classicos da ficcao cientifica do seculo XX. Em sua obra ficcional, sobretudo, em Fantastico e futurologia a interface entre a ciencia e a metafisica possibilita demonstrar a proposta de Charles Taylor. Alias, o proposito deste ensaio e justamente apresentar essa interface, de modo a empregar a ficcao como acao privilegiada para se colocar em questao os julgamentos acerca da ausencia do “eu poroso”, ou do seu carater anacronico, no mundo “desencantado” de hoje.","PeriodicalId":40597,"journal":{"name":"Linguagem-Estudos e Pesquisas","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2017-01-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"STANISŁAW LEM: FICÇÃO NA ENCRUZILHADA DA CIÊNCIA COM A METAFÍSICA\",\"authors\":\"Henryk Siewierski\",\"doi\":\"10.5216/LEP.V20I1.44850\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo discute, no âmbito da metafisica, o “eu poroso” e o “eu armado”, partindo uma radiografia das intuicoes religiosas e ateistas do seculo XX. A formulacao teorica tem como base as conclusoes do filosofo canadense Charles Taylor, na sua obra A Secular Age , que faz uma antinomia entre duas formulacoes do eu: o “eu poroso” (ou: self poroso) e o “eu armado” (ou: self protegido). O primeiro caso refere-se a um eu que se fez presente em eras passadas e que se deixava penetrar por crencas, supersticoes, anjos e demonios. O segundo e a forma contemporânea do eu armado e protegido com as conquistas da razao no campo da ciencia e avancos da tecnologia. Ao contrario do eu poroso o eu armado tem sua autonomia garantida em face de elementos transcendentais e metafisicos. O corpus para a aplicacao da teoria exposta e o escritor, filosofo e futurologo polones Stanislaw Lem (1921, Lvov – 2006, Cracovia), considerado um dos classicos da ficcao cientifica do seculo XX. Em sua obra ficcional, sobretudo, em Fantastico e futurologia a interface entre a ciencia e a metafisica possibilita demonstrar a proposta de Charles Taylor. Alias, o proposito deste ensaio e justamente apresentar essa interface, de modo a empregar a ficcao como acao privilegiada para se colocar em questao os julgamentos acerca da ausencia do “eu poroso”, ou do seu carater anacronico, no mundo “desencantado” de hoje.\",\"PeriodicalId\":40597,\"journal\":{\"name\":\"Linguagem-Estudos e Pesquisas\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2017-01-03\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Linguagem-Estudos e Pesquisas\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5216/LEP.V20I1.44850\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Linguagem-Estudos e Pesquisas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5216/LEP.V20I1.44850","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
STANISŁAW LEM: FICÇÃO NA ENCRUZILHADA DA CIÊNCIA COM A METAFÍSICA
Este artigo discute, no âmbito da metafisica, o “eu poroso” e o “eu armado”, partindo uma radiografia das intuicoes religiosas e ateistas do seculo XX. A formulacao teorica tem como base as conclusoes do filosofo canadense Charles Taylor, na sua obra A Secular Age , que faz uma antinomia entre duas formulacoes do eu: o “eu poroso” (ou: self poroso) e o “eu armado” (ou: self protegido). O primeiro caso refere-se a um eu que se fez presente em eras passadas e que se deixava penetrar por crencas, supersticoes, anjos e demonios. O segundo e a forma contemporânea do eu armado e protegido com as conquistas da razao no campo da ciencia e avancos da tecnologia. Ao contrario do eu poroso o eu armado tem sua autonomia garantida em face de elementos transcendentais e metafisicos. O corpus para a aplicacao da teoria exposta e o escritor, filosofo e futurologo polones Stanislaw Lem (1921, Lvov – 2006, Cracovia), considerado um dos classicos da ficcao cientifica do seculo XX. Em sua obra ficcional, sobretudo, em Fantastico e futurologia a interface entre a ciencia e a metafisica possibilita demonstrar a proposta de Charles Taylor. Alias, o proposito deste ensaio e justamente apresentar essa interface, de modo a empregar a ficcao como acao privilegiada para se colocar em questao os julgamentos acerca da ausencia do “eu poroso”, ou do seu carater anacronico, no mundo “desencantado” de hoje.