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引用次数: 1
摘要
在巴西,许多关于奴隶制的著作倾向于认可白人/黑人的等级制度,将第一种权力归因于武力强加,而将第二种权力归咎于使其受害的屈服。利用地点之间的概念(圣地亚哥,2000年)是为了阅读《受害者刽子手》。Quadros da escraidão(Macedo,2006)指出,即使在作者废奴主义白人的注视下,在构成这本书的三个叙事中,也有一个黑人与他被奴役的状况作斗争的有力形象——Simeão:o creoulo;闪电之父:巫师和露辛达:树胶。在这篇文章中,若阿金·曼努埃尔·德·马塞多将创造一个殖民主义的反犯罪,在这个反犯罪中,对奴隶制的扭曲将主人和奴隶带入一个游戏,在这个游戏中,主人和奴隶都扮演受害者和刽子手的角色:主人通过剥削“种族”来寻求财富,而被奴役者则寻求抵抗和报复。对作者来说,黑人和黑人犯下的暴力行为并不是种族的生物学特征,而是奴隶制,它是“第一批殖民者在巴西种下的一棵毒树”。因此,奴隶制作为一种政治姿态可以使暴力变性,让黑人斗争力量出现在书名本身所显示的“非地方”、间隔空间中。
“Entre-Lugar”: Uma noção pós-colonizadora, desde o século XIX
Grande parte dos escritos sobre a escravidão no Brasil tende a ratificar a hierarquia branco/negro atribuindo ao primeiro o poder imposto à força e ao segundo a submissão que o vitimiza. Lançando mão da noção de entre-lugar (Santiago, 2000) pretende-se uma leitura d’As vítimas-algozes. Quadros da escravidão (Macedo, 2006) apontando que, mesmo sob olhar branco abolicionista do autor, há uma figuração potente do negro para a luta contra sua condição de escravizado nas três narrativas que compõe o livro – Simeão: o crioulo; Pai-Raiol: o feiticeiro e Lucinda: a mucana. Nesta leitura, Joaquim Manuel de Macedo criaria uma contracena colonialista em que a perversão da escravidão lança senhores e escravos num jogo em que, ambos, desempenham posições de vítimas-algozes: os senhores almejando o enriquecimento pela exploração da ‘raça’ e os escravizados buscando resistir e revidar. Para o autor, a violência cometida pelos negros e negra não é atribuída à raça como característica biológica, mas à escravidão que é “árvore venenosa plantada no Brasil pelos primeiros colonizadores”. Assim, a escravidão como gesto político pode desnaturalizar a violência, permitindo que a força de luta negra apareça no ‘não-lugar’, no espaço intervalar que o próprio título do livro exibe.