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O contexto da pandemia trouxe de volta o desamparo fundante do sujeito, retomando o conceito afirmado por Freud em O mal-estar na civilização. Nele, o psicanalista austríaco enuncia a angústia real tendo como consequência um impacto traumático. Para além disso, a marca psíquica do masoquismo é igualmente reativada, pela fantasia de se imputar o sofrimento, que se torna quase um imperativo social. É evidente que se nesse contexto o sujeito crê ainda em uma espécie de apelo ao Outro — por meio da dimensão de cuidado e de segurança, a vulnerabilidade e a ausência dessa instância de proteção conduzem o indivíduo à condição subjetiva do desalento e, porta, como consequência, uma sensação de fragmentação e de desconstrução (mais profunda ainda do que aquela advinda da pós-modernidade).