我下周回来

IF 0.1 0 LITERATURE
Cristina Napp dos Santos, C. Fonseca
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Dentre a produção dessas mulheres, destacamos o romance de Maria Pilla, Volto semana que vem (2015a), que reúne memórias organizadas de forma desarranjada sobre sua infância, juventude, envolvimento com a militância e consequente exílio e prisão na Argentina. Embora o cárcere se caracterize como um espaço sombrio e de cerceamento da liberdade, Pilla foca nas relações estabelecidas com as companheiras de cativeiro e suas estratégias de sobrevivência. Assim, analisamos o tópico do registro das memórias que dizem respeito à resiliência feminina no cárcere. Nesse percurso, valendo-nos, principalmente, da pesquisa de Eurídice Figueiredo (2017) sobre o tema, refletimos brevemente a respeito da produção literária sobre a ditadura dos últimos anos; fazemos uma leitura do romance de Pilla; analisamos a questão da prisão feminina na narrativa e pensamos acerca do significado da obra no contexto em que foi produzida, compreendendo-a, como Figueiredo (2017) como uma possibilidade de arquivo do nosso passado ditatorial. ","PeriodicalId":42440,"journal":{"name":"Letras de Hoje-Estudos e Debates em Linguistica Literatura e Lingua Portuguesa","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"3","resultStr":"{\"title\":\"Volto semana que vem\",\"authors\":\"Cristina Napp dos Santos, C. 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摘要

在中美洲和拉丁美洲,20世纪的特点是独裁主义,这是由这些地区许多国家的独裁政府上台所产生的。在巴西,该政权于1964年实施,并留下了身体和象征性暴力的痕迹,一直延续到今天。政变50周年,使军队掌权,加上国家真相委员会的工作结束,促进了关于这个主题的叙述的产生。近年来发表的许多作者都是直接或间接受到过去事件影响的女性。在这些女性的作品中,Maria Pilla的小说Volto semana que vem(2015)以一种混乱的方式收集了关于她的童年、青年、参与战斗以及随后在阿根廷的流放和监禁的记忆。虽然监狱的特点是一个黑暗和限制自由的空间,皮拉专注于与同伴建立的关系和他们的生存策略。因此,我们分析了关于监狱中女性弹性的记忆记录的主题。在此过程中,我们主要利用euridice Figueiredo(2017)对这一主题的研究,简要反思了近年来关于独裁统治的文学生产;我们读皮拉的小说;我们分析了叙事中的女性监狱问题,并思考了作品在其产生的背景下的意义,将其理解为Figueiredo(2017)作为我们独裁过去档案的可能性。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Volto semana que vem
O século XX na América Central e América Latina ficou marcado pelo autoritarismo advindo de governos ditatoriais que ascenderam ao poder em muitos países dessas regiões. No Brasil, o regime foi implantado a partir de 1964 e deixou um rastro de violências físicas e simbólicas que permanecem na contemporaneidade. O aniversário de cinquenta anos do golpe de Estado que colocou os militares no poder, aliado ao término dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade impulsionaram a produção de narrativas sobre o tema. Muitos desses autores que vêm sendo publicados nos últimos anos são mulheres que direta ou indiretamente foram afetadas pelos eventos pretéritos. Dentre a produção dessas mulheres, destacamos o romance de Maria Pilla, Volto semana que vem (2015a), que reúne memórias organizadas de forma desarranjada sobre sua infância, juventude, envolvimento com a militância e consequente exílio e prisão na Argentina. Embora o cárcere se caracterize como um espaço sombrio e de cerceamento da liberdade, Pilla foca nas relações estabelecidas com as companheiras de cativeiro e suas estratégias de sobrevivência. Assim, analisamos o tópico do registro das memórias que dizem respeito à resiliência feminina no cárcere. Nesse percurso, valendo-nos, principalmente, da pesquisa de Eurídice Figueiredo (2017) sobre o tema, refletimos brevemente a respeito da produção literária sobre a ditadura dos últimos anos; fazemos uma leitura do romance de Pilla; analisamos a questão da prisão feminina na narrativa e pensamos acerca do significado da obra no contexto em que foi produzida, compreendendo-a, como Figueiredo (2017) como uma possibilidade de arquivo do nosso passado ditatorial. 
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