Lilian Galligani, Ana Karollyna de Faria Santos, Flavia Sieira Chaves, Mateus Ettori Cardoso
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Apesar de antiga, essa doença persiste como um desafio de saúde pública em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Analisar a situação epidemiológica da hanseníase na região Sudeste do Brasil de 2012-22, além de propor estratégias para melhorar sua evolução epidemiológica.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Estudo transversal, observacional e descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do DATASUS, abrangendo o período de 2012-22. Foram analisadas as infecções por hanseníase na região Sudeste, considerando variáveis como número de lesões, sexo, escolaridade e faixa etária.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Entre 2012 e 2022, a região sudeste registrou 53.562 novos casos de hanseníase, com uma redução de 36,65% no total de casos. A incidência diminuiu ao longo desse período, com 2012 apresentando o pico e 2020 a menor incidência. O ES lidera a incidência por estado (171,27/105 hab.), seguido pelo RJ (82,26/105 hab.), MG(74,31/105 hab.) e SP(41,71/105 hab.). Foram registradas 377.481 lesões, sendo 78,5% multibacilares e 21,5% paucibacilares. Os homens representam 57,12% dos casos, e há uma prevalência em pacientes com níveis mais baixos de escolaridade (70% até o ensino fundamental completo). A faixa etária mais afetada é de 40 a 59 anos (38%), seguida por 60 a 69 anos (14%). Crianças e adolescentes têm a menor incidência, com uma queda nos registros após os 60 anos.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Houve uma redução na tendência de novos casos de hanseníase na região sudeste do Brasil de 2012 a 2022, possivelmente devido à eficácia do Programa de Controle da Hanseníase e subnotificação durante a pandemia de COVID-19. Destaca-se a necessidade de fortalecer esse programa na atenção primária e aprimorar a vigilância epidemiológica durante epidemias e pandemias. Apesar do predomínio da doença em homens de baixa escolaridade, não houve um aumento significativo de casos em jovens como observado em outros estudos, requerendo pesquisas adicionais para entender a incidência nessa faixa etária. Por fim, é essencial estabelecer políticas públicas para a população vulnerável, que contribui para a prevalência da forma mais severa da doença, garantindo o bem-estar e priorizando os princípios do SUS.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103925"},"PeriodicalIF":3.0000,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"OR-50 - DESCRIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE ENTRE 2012-2022 NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL\",\"authors\":\"Lilian Galligani, Ana Karollyna de Faria Santos, Flavia Sieira Chaves, Mateus Ettori Cardoso\",\"doi\":\"10.1016/j.bjid.2024.103925\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"<div><h3>Introdução</h3><div>A hanseníase é uma doença milenar causada pelo parasita Mycobacterium leprae, tendo o ser humano como único reservatório natural. 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OR-50 - DESCRIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE ENTRE 2012-2022 NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL
Introdução
A hanseníase é uma doença milenar causada pelo parasita Mycobacterium leprae, tendo o ser humano como único reservatório natural. Essa patologia manifesta-se como infecção crônica de evolução lenta com manifestações cutâneas e neurológicas, principalmente nos nervos periféricos. Apesar de antiga, essa doença persiste como um desafio de saúde pública em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.
Objetivo
Analisar a situação epidemiológica da hanseníase na região Sudeste do Brasil de 2012-22, além de propor estratégias para melhorar sua evolução epidemiológica.
Método
Estudo transversal, observacional e descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do DATASUS, abrangendo o período de 2012-22. Foram analisadas as infecções por hanseníase na região Sudeste, considerando variáveis como número de lesões, sexo, escolaridade e faixa etária.
Resultados
Entre 2012 e 2022, a região sudeste registrou 53.562 novos casos de hanseníase, com uma redução de 36,65% no total de casos. A incidência diminuiu ao longo desse período, com 2012 apresentando o pico e 2020 a menor incidência. O ES lidera a incidência por estado (171,27/105 hab.), seguido pelo RJ (82,26/105 hab.), MG(74,31/105 hab.) e SP(41,71/105 hab.). Foram registradas 377.481 lesões, sendo 78,5% multibacilares e 21,5% paucibacilares. Os homens representam 57,12% dos casos, e há uma prevalência em pacientes com níveis mais baixos de escolaridade (70% até o ensino fundamental completo). A faixa etária mais afetada é de 40 a 59 anos (38%), seguida por 60 a 69 anos (14%). Crianças e adolescentes têm a menor incidência, com uma queda nos registros após os 60 anos.
Conclusão
Houve uma redução na tendência de novos casos de hanseníase na região sudeste do Brasil de 2012 a 2022, possivelmente devido à eficácia do Programa de Controle da Hanseníase e subnotificação durante a pandemia de COVID-19. Destaca-se a necessidade de fortalecer esse programa na atenção primária e aprimorar a vigilância epidemiológica durante epidemias e pandemias. Apesar do predomínio da doença em homens de baixa escolaridade, não houve um aumento significativo de casos em jovens como observado em outros estudos, requerendo pesquisas adicionais para entender a incidência nessa faixa etária. Por fim, é essencial estabelecer políticas públicas para a população vulnerável, que contribui para a prevalência da forma mais severa da doença, garantindo o bem-estar e priorizando os princípios do SUS.
期刊介绍:
The Brazilian Journal of Infectious Diseases is the official publication of the Brazilian Society of Infectious Diseases (SBI). It aims to publish relevant articles in the broadest sense on all aspects of microbiology, infectious diseases and immune response to infectious agents.
The BJID is a bimonthly publication and one of the most influential journals in its field in Brazil and Latin America with a high impact factor, since its inception it has garnered a growing share of the publishing market.