遗传性出血性毛细血管扩张症患者使用贝伐单抗:病例报告

IF 1.8 Q3 HEMATOLOGY
IGF Navarini, CI Silva, D Mattia, DFP Yamamoto, EJ Schorner, G Schweitzer, NL Daniel, PCA Saldanha, VKB Franco, BB Teixeira
{"title":"遗传性出血性毛细血管扩张症患者使用贝伐单抗:病例报告","authors":"IGF Navarini,&nbsp;CI Silva,&nbsp;D Mattia,&nbsp;DFP Yamamoto,&nbsp;EJ Schorner,&nbsp;G Schweitzer,&nbsp;NL Daniel,&nbsp;PCA Saldanha,&nbsp;VKB Franco,&nbsp;BB Teixeira","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.018","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária (THH) é uma doença autossômica dominante caracterizada pela presença de malformações vasculares. Manifestações hemorrágicas de cavidade nasal e de trato gastrointestinal (TGI) são comuns e têm impacto significativo na qualidade de vida. Resultam também em recorrentes busca por assistência médica de emergência e risco de vida. O controle dos sintomas varia conforme o foco de sangramento. No entanto, séries não controladas demonstraram que o bevacizumabe intravenoso, agente antiangiogênico que inibe o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), reduziu a epistaxe, melhorou quadros de anemia, reduziu as necessidades de transfusão e infusões de ferro, e melhorou a qualidade de vida dos pacientes do estudo. Mais evidências para orientar seu uso são aguardadas e, indicação segue <em>off label,</em> o que dificulta o acesso a medicação. O objetivo deste artigo é relatar a primeira experiência de uso do bevacizumabe em paciente com THH de difícil controle pela equipe do Hospital Universitário (HU) em Florianópolis.</div></div><div><h3>Descrição do caso</h3><div>Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, 66 anos, com diagnóstico de THH, que acompanha desde 2014 no HU. O paciente apresenta quadro de anemia de difícil controle há 5 anos, com episódios frequentes de epistaxe e predominante sangramento pelo TGI: melena crônica, e endoscopia digestiva alta com angiectasias em língua, esôfago e duodeno. No decorrer do acompanhamento, foram realizadas tentativas de tratamento com talidomida, eritropoetina e tamoxifeno com resposta insatisfatória. Tratamentos endoscópicos com plasma de argônio foram realizados com pouca efetividade pela característica difusa do acometimento de TGI. Desde então, o paciente recebe ácido tranexâmico oral de forma contínua e reposição semanal de sacarato de hidróxido de ferro 100 mg por ampola, média de 4 a 6 ampolas por semana continuamente, com intuito de manutenção de ferritina em 50-100 mcg/dL. Além disso, o mesmo comparece ao serviço de hemoterapia duas a três vezes por semana para transfusão de concentrado de hemácias (CH) e, ainda assim, permaneceu com hemoglobina sérica média de 5,8 g/dL e necessidade total de 154 CH nos últimos 12 meses. Em três de julho de 2024 foi administrada a primeira dose de bevacizumabe 200 mg (5 mg/kg) com hemoglobina prévia de 6,7 g/dL. Nas semanas imediatas à aplicação, o paciente referiu redução significativa nos episódios de sangramento observados. Em oito de julho de 2024, sua concentração sérica de hemoglobina era de 7,8 g/dL, e até a data da 2 a aplicação alcançamos o pico de 9.5 g/dL de Hemoglobina sem transfusões. Observamos queda na taxa mensal do uso de CH em 72% no primeiro mês de uso. O paciente permanece em monitoramento clínico e laboratorial, com raras necessidades transfusionais e sem efeitos adversos relatados até o momento, e plano de manutenção do tratamento no decorrer de 12 meses. O mesmo paciente tem 2 irmão com semelhante situação clínica que atualmente aguardam o acesso a medicação.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Por tratar-se de condição rara com limitadas opções, novas abordagens terapêuticas na THH com anemia e sangramentos refratários são necessárias. A imediata resposta ao uso de bevacizumabe, descrita no presente caso, trouxe grandes expectativas a equipe assistente e ao paciente, que buscaram opção atualmente <em>off label</em> pela ausência de outras opções e gravidade clínica. A ação do fármaco na fase inicial do tratamento foi além do esperado, e caso sustentada conforme os relatos literários existentes sugerem, acreditamos ter potencial de modificar a história natural da THH refratária. Diante disso, é mais que nunca essencial estudos controlados sobre o assunto que possam melhor definir seu potencial terapêutico e riscos.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":"46 ","pages":"Page S10"},"PeriodicalIF":1.8000,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"USO DO BEVACIZUMABE EM PACIENTE COM TELANGIECTASIA HEMORRÁGICA HEREDITÁRIA: RELATO DE CASO\",\"authors\":\"IGF Navarini,&nbsp;CI Silva,&nbsp;D Mattia,&nbsp;DFP Yamamoto,&nbsp;EJ Schorner,&nbsp;G Schweitzer,&nbsp;NL Daniel,&nbsp;PCA Saldanha,&nbsp;VKB Franco,&nbsp;BB Teixeira\",\"doi\":\"10.1016/j.htct.2024.09.018\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"<div><h3>Introdução</h3><div>A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária (THH) é uma doença autossômica dominante caracterizada pela presença de malformações vasculares. 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O objetivo deste artigo é relatar a primeira experiência de uso do bevacizumabe em paciente com THH de difícil controle pela equipe do Hospital Universitário (HU) em Florianópolis.</div></div><div><h3>Descrição do caso</h3><div>Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, 66 anos, com diagnóstico de THH, que acompanha desde 2014 no HU. O paciente apresenta quadro de anemia de difícil controle há 5 anos, com episódios frequentes de epistaxe e predominante sangramento pelo TGI: melena crônica, e endoscopia digestiva alta com angiectasias em língua, esôfago e duodeno. No decorrer do acompanhamento, foram realizadas tentativas de tratamento com talidomida, eritropoetina e tamoxifeno com resposta insatisfatória. Tratamentos endoscópicos com plasma de argônio foram realizados com pouca efetividade pela característica difusa do acometimento de TGI. Desde então, o paciente recebe ácido tranexâmico oral de forma contínua e reposição semanal de sacarato de hidróxido de ferro 100 mg por ampola, média de 4 a 6 ampolas por semana continuamente, com intuito de manutenção de ferritina em 50-100 mcg/dL. Além disso, o mesmo comparece ao serviço de hemoterapia duas a três vezes por semana para transfusão de concentrado de hemácias (CH) e, ainda assim, permaneceu com hemoglobina sérica média de 5,8 g/dL e necessidade total de 154 CH nos últimos 12 meses. Em três de julho de 2024 foi administrada a primeira dose de bevacizumabe 200 mg (5 mg/kg) com hemoglobina prévia de 6,7 g/dL. Nas semanas imediatas à aplicação, o paciente referiu redução significativa nos episódios de sangramento observados. Em oito de julho de 2024, sua concentração sérica de hemoglobina era de 7,8 g/dL, e até a data da 2 a aplicação alcançamos o pico de 9.5 g/dL de Hemoglobina sem transfusões. Observamos queda na taxa mensal do uso de CH em 72% no primeiro mês de uso. 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摘要

导言出血性脑血管扩张症(THH)是一种常染色体显性遗传病,以血管畸形为特征。鼻腔和胃肠道(GIT)出血性表现很常见,对生活质量有很大影响。这些症状还会导致反复发作,危及生命。症状控制因出血病灶而异。不过,无对照系列研究表明,静脉注射贝伐单抗(一种抑制血管内皮生长因子(VEGF)的抗血管生成药物)可减少鼻衄、改善贫血、减少输血和输注铁剂的需要,并提高研究中患者的生活质量。目前仍在等待更多的证据来指导该药物的使用,而且该药物的适应症仍在标签外,因此很难获得。本文旨在报告弗洛里亚诺波利斯大学医院(HU)团队在一名难以控制的THH患者身上首次使用贝伐单抗的经验。病例描述我们报告了一名被诊断为THH的66岁男性患者的病例,该患者自2014年以来一直在弗洛里亚诺波利斯大学医院接受随访。患者患有难以控制的贫血症已有5年之久,经常鼻衄,以消化道出血为主:慢性血尿,上消化道内镜检查发现舌、食道和十二指肠血管扩张。在随访期间,曾尝试使用沙利度胺、促红细胞生成素和他莫昔芬进行治疗,但效果并不理想。由于消化道受累的弥漫性,患者接受了氩等离子内镜治疗,但效果不佳。从那时起,患者开始持续口服氨甲环酸,并每周更换每安瓿 100 毫克的氢氧化铁糖精,平均每周连续更换 4 至 6 安瓿,目的是将铁蛋白维持在 50-100 微克/分升。此外,他每周还到血液治疗中心输两三次成批红细胞,即便如此,他的平均血清血红蛋白仍为 5.8 克/分升,过去 12 个月共需要 154 次成批红细胞。2024 年 7 月 3 日,贝伐单抗 200 毫克(5 毫克/千克)首次给药,之前的血红蛋白为 6.7 克/分升。在用药后的几周内,患者称观察到的出血情况明显减少。2024 年 7 月 8 日,他的血清血红蛋白浓度为 7.8 克/分升,到第二次用药之日,血红蛋白浓度达到峰值 9.5 克/分升,无需输血。在使用的第一个月,我们观察到 CH 的月使用率下降了 72%。该患者仍在接受临床和实验室监测,至今很少需要输血,也没有不良反应报告,并计划在 12 个月内继续治疗。结论:由于这是一种罕见的疾病,可供选择的治疗方案有限,因此需要对伴有贫血和难治性出血的 THH 采用新的治疗方法。本病例中描述的使用贝伐单抗后的即时反应给与患者合作的团队带来了极大的期望,由于缺乏其他选择和临床严重性,患者寻求目前标签外的治疗方案。该药物在治疗初期的作用超出了预期,如果能像现有文献所指出的那样持续发挥作用,我们相信它有可能改变难治性 THH 的自然病史。有鉴于此,我们比以往任何时候都更有必要开展相关的对照研究,以更好地确定其治疗潜力和风险。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
USO DO BEVACIZUMABE EM PACIENTE COM TELANGIECTASIA HEMORRÁGICA HEREDITÁRIA: RELATO DE CASO

Introdução

A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária (THH) é uma doença autossômica dominante caracterizada pela presença de malformações vasculares. Manifestações hemorrágicas de cavidade nasal e de trato gastrointestinal (TGI) são comuns e têm impacto significativo na qualidade de vida. Resultam também em recorrentes busca por assistência médica de emergência e risco de vida. O controle dos sintomas varia conforme o foco de sangramento. No entanto, séries não controladas demonstraram que o bevacizumabe intravenoso, agente antiangiogênico que inibe o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), reduziu a epistaxe, melhorou quadros de anemia, reduziu as necessidades de transfusão e infusões de ferro, e melhorou a qualidade de vida dos pacientes do estudo. Mais evidências para orientar seu uso são aguardadas e, indicação segue off label, o que dificulta o acesso a medicação. O objetivo deste artigo é relatar a primeira experiência de uso do bevacizumabe em paciente com THH de difícil controle pela equipe do Hospital Universitário (HU) em Florianópolis.

Descrição do caso

Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, 66 anos, com diagnóstico de THH, que acompanha desde 2014 no HU. O paciente apresenta quadro de anemia de difícil controle há 5 anos, com episódios frequentes de epistaxe e predominante sangramento pelo TGI: melena crônica, e endoscopia digestiva alta com angiectasias em língua, esôfago e duodeno. No decorrer do acompanhamento, foram realizadas tentativas de tratamento com talidomida, eritropoetina e tamoxifeno com resposta insatisfatória. Tratamentos endoscópicos com plasma de argônio foram realizados com pouca efetividade pela característica difusa do acometimento de TGI. Desde então, o paciente recebe ácido tranexâmico oral de forma contínua e reposição semanal de sacarato de hidróxido de ferro 100 mg por ampola, média de 4 a 6 ampolas por semana continuamente, com intuito de manutenção de ferritina em 50-100 mcg/dL. Além disso, o mesmo comparece ao serviço de hemoterapia duas a três vezes por semana para transfusão de concentrado de hemácias (CH) e, ainda assim, permaneceu com hemoglobina sérica média de 5,8 g/dL e necessidade total de 154 CH nos últimos 12 meses. Em três de julho de 2024 foi administrada a primeira dose de bevacizumabe 200 mg (5 mg/kg) com hemoglobina prévia de 6,7 g/dL. Nas semanas imediatas à aplicação, o paciente referiu redução significativa nos episódios de sangramento observados. Em oito de julho de 2024, sua concentração sérica de hemoglobina era de 7,8 g/dL, e até a data da 2 a aplicação alcançamos o pico de 9.5 g/dL de Hemoglobina sem transfusões. Observamos queda na taxa mensal do uso de CH em 72% no primeiro mês de uso. O paciente permanece em monitoramento clínico e laboratorial, com raras necessidades transfusionais e sem efeitos adversos relatados até o momento, e plano de manutenção do tratamento no decorrer de 12 meses. O mesmo paciente tem 2 irmão com semelhante situação clínica que atualmente aguardam o acesso a medicação.

Conclusão

Por tratar-se de condição rara com limitadas opções, novas abordagens terapêuticas na THH com anemia e sangramentos refratários são necessárias. A imediata resposta ao uso de bevacizumabe, descrita no presente caso, trouxe grandes expectativas a equipe assistente e ao paciente, que buscaram opção atualmente off label pela ausência de outras opções e gravidade clínica. A ação do fármaco na fase inicial do tratamento foi além do esperado, e caso sustentada conforme os relatos literários existentes sugerem, acreditamos ter potencial de modificar a história natural da THH refratária. Diante disso, é mais que nunca essencial estudos controlados sobre o assunto que possam melhor definir seu potencial terapêutico e riscos.
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