巴西及其地区的地中海贫血症:一项描述性研究

IF 1.8 Q3 HEMATOLOGY
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No Norte e Nordeste a maior prevalência é de &lt; 19 anos, enquanto nas outras regiões é entre 20-29 anos. No Brasil, &gt; 50% dos pacientes fazem o tratamento/procedimento fora da cidade de residência. Em 10 anos foram realizados 133893 procedimentos ambulatoriais, com a transfusão de hemácias e os exames pré-transfusionais os mais frequentes. A maioria dos procedimentos foi realizada no Sudeste (68%) no estado de São Paulo, seguida pelo Sul (24%) no Paraná. Em 2022 estimou-se 662 pacientes em atendimento ambulatorial na rede pública de saúde: 373 na região Sudeste, 156 na Sul, 59 na Centro-Oeste, 53 na Nordeste e 21 na Norte. Mais procedimentos ocorreram em 2013 e menos em 2020. O maior custo anual foi em 2022, acima de 20 milhões de reais. O custo médio por procedimento nos 10 anos do estudo foi R$305,31, com os maiores custos no Norte (média Rid=”mce_marker”379,00, distante da média nacional). Entre as internações, ocorreram 1278 neste mesmo período, com custo médio de R$2.400,00. O tratamento para anemia hemolítica foi o mais prevalente, tempo médio de internação de 5 dias, mais comum em ≤9 anos (33,8%). Internação em UTI ocorreu em 3% dos casos. O custo total das internações foi de cerca de 3 milhões de reais. O Sudeste teve o maior número de internações (n = 776). Ocorreram 153 óbitos em 10 anos, maioria mulheres ≥ 50 anos e no estado de São Paulo (n = 56), seguido por Minas Gerais (n = 17). A maioria dos óbitos ocorreu em 2017 e 2020 (19 para cada ano).</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>O perfil das pessoas com talassemia no Brasil é de adultos jovens, mulheres, brancos e do Sul e Sudeste, locais de maior imigração italiana. No Nordeste houve maior miscigenação populacional. O impacto da pandemia da Covid-19 é percebido na redução do acesso a tratamentos/procedimentos e no aumento de óbitos em 2020. Apesar de poucos pacientes no Nordeste e em idade pediátrica, o segundo maior número de óbitos foi nessa região, sugerindo problemas graves relacionados ao acesso e qualidade do tratamento. A disparidade nos óbitos indica necessidade de melhorias urgentes na infraestrutura de saúde e disponibilização de tratamentos adequados para a Talassemia, especialmente em áreas com menos recursos, reduzindo a mortalidade e melhorando a qualidade de vida dos pacientes e familiares. Mais dados sobre causas de internação e óbito e quelação de ferro não foram encontrados.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>A falta de preenchimento adequado das fichas de notificação sugere que o número de pessoas com talassemia no Brasil esteja subnotificado, dificultando a compreensão real do cenário da talassemia no país. Para melhor gestão das políticas públicas para a talassemia é preciso melhorar a notificação do tratamento da doença pelas instituições de saúde.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8000,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"TALASSEMIA NO BRASIL E SUAS REGIÕES: UM ESTUDO DESCRITIVO\",\"authors\":\"\",\"doi\":\"10.1016/j.htct.2024.09.058\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"<div><h3>Objetivo</h3><div>Avaliar o perfil sociodemográfico das pessoas com talassemia dependente e não dependente de transfusão e analisar procedimentos e custos do tratamento.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>Estudo descritivo com dados secundários de 2012 a 2022 para códigos de Talassemia no CID-10 (D56.0 a D56.9, exceto D56.0 e D56.3 para traço alfa e beta talassemia). 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A maioria dos óbitos ocorreu em 2017 e 2020 (19 para cada ano).</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>O perfil das pessoas com talassemia no Brasil é de adultos jovens, mulheres, brancos e do Sul e Sudeste, locais de maior imigração italiana. No Nordeste houve maior miscigenação populacional. O impacto da pandemia da Covid-19 é percebido na redução do acesso a tratamentos/procedimentos e no aumento de óbitos em 2020. Apesar de poucos pacientes no Nordeste e em idade pediátrica, o segundo maior número de óbitos foi nessa região, sugerindo problemas graves relacionados ao acesso e qualidade do tratamento. A disparidade nos óbitos indica necessidade de melhorias urgentes na infraestrutura de saúde e disponibilização de tratamentos adequados para a Talassemia, especialmente em áreas com menos recursos, reduzindo a mortalidade e melhorando a qualidade de vida dos pacientes e familiares. Mais dados sobre causas de internação e óbito e quelação de ferro não foram encontrados.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>A falta de preenchimento adequado das fichas de notificação sugere que o número de pessoas com talassemia no Brasil esteja subnotificado, dificultando a compreensão real do cenário da talassemia no país. 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摘要

方法 使用 2012 年至 2022 年 ICD-10 地中海贫血症代码(D56.0 至 D56.9,D56.0 和 D56.3 表示阿尔法和贝塔地中海贫血症特质除外)的二手数据进行描述性研究。数据来自门诊信息系统(SIA)、医院信息系统(SIH)和死亡率信息系统(SIM)。结果 大部分患者为女性(54.5%),年龄分别为 20-29 岁(29%)和 30-39 岁(25%),自称白人(86.5%)。在东北部,33%的人自称是棕色人种。在北部和东北部,19 岁的发病率最高,而在其他地区则为 20-29 岁。在巴西,50%的患者在居住城市以外接受治疗/手术。10 年间,共进行了 13,3893 次门诊手术,其中最常见的是输红细胞和输血前检测。大部分手术在东南部的圣保罗州进行(68%),其次是南部的巴拉那州(24%)。2022年,估计有662名患者在公共卫生网络接受了门诊治疗:东南部373人,南部156人,中西部59人,东北部53人,北部21人。2013 年的手术数量较多,2020 年则较少。年费用最高的是 2022 年,超过 2000 万雷亚尔。在10年的研究中,每次手术的平均费用为305.31雷亚尔,北部地区的费用最高(平均Rid="mce_marker "379.00,远低于全国平均水平)。同期住院人数为 1278 人,平均费用为 2 400.00 雷亚尔。溶血性贫血的治疗最为普遍,平均住院时间为 5 天,9 岁以下儿童最为常见(33.8%)。3%的病例住进了重症监护室。住院总费用约为300万雷亚尔。东南部地区的住院人数最多(776 人)。10年间共有153例死亡病例,其中大部分是年龄≥50岁的女性,死亡病例发生在圣保罗州(n = 56),其次是米纳斯吉拉斯州(n = 17)。讨论巴西地中海贫血症患者的特征是青壮年、女性、白人、来自意大利移民较多的南部和东南部。在东北部,人口混血现象更为严重。从 2020 年治疗/手术机会的减少和死亡人数的增加可以看出 Covid-19 大流行的影响。尽管东北部地区的儿科患者很少,但该地区的死亡人数却位居第二,这表明在获得治疗和治疗质量方面存在严重问题。死亡人数的差异表明,迫切需要改善医疗基础设施,为地中海贫血症患者提供适当的治疗,尤其是在资源较少的地区,从而降低死亡率,提高患者及其家庭的生活质量。没有发现关于住院和死亡原因以及铁螯合剂的更多数据。结论由于没有正确填写通知表,巴西的地中海贫血患者人数被低报,因此很难真正了解该国的地中海贫血情况。为了更好地管理地中海贫血症的公共政策,有必要改进医疗机构对该疾病治疗情况的通报。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
TALASSEMIA NO BRASIL E SUAS REGIÕES: UM ESTUDO DESCRITIVO

Objetivo

Avaliar o perfil sociodemográfico das pessoas com talassemia dependente e não dependente de transfusão e analisar procedimentos e custos do tratamento.

Metodologia

Estudo descritivo com dados secundários de 2012 a 2022 para códigos de Talassemia no CID-10 (D56.0 a D56.9, exceto D56.0 e D56.3 para traço alfa e beta talassemia). Os dados foram obtidos do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). As análises descritivas para as variáveis sociodemográficas e de procedimentos de interesse foram feitas no software PowerBI.

Resultados

Maioria de mulheres (54,5%), idade 20-29 anos (29%) e 30-39 anos (25%), autodeclarados brancos (86,5%). No Nordeste 33% se autodeclararam pardos. No Norte e Nordeste a maior prevalência é de < 19 anos, enquanto nas outras regiões é entre 20-29 anos. No Brasil, > 50% dos pacientes fazem o tratamento/procedimento fora da cidade de residência. Em 10 anos foram realizados 133893 procedimentos ambulatoriais, com a transfusão de hemácias e os exames pré-transfusionais os mais frequentes. A maioria dos procedimentos foi realizada no Sudeste (68%) no estado de São Paulo, seguida pelo Sul (24%) no Paraná. Em 2022 estimou-se 662 pacientes em atendimento ambulatorial na rede pública de saúde: 373 na região Sudeste, 156 na Sul, 59 na Centro-Oeste, 53 na Nordeste e 21 na Norte. Mais procedimentos ocorreram em 2013 e menos em 2020. O maior custo anual foi em 2022, acima de 20 milhões de reais. O custo médio por procedimento nos 10 anos do estudo foi R$305,31, com os maiores custos no Norte (média Rid=”mce_marker”379,00, distante da média nacional). Entre as internações, ocorreram 1278 neste mesmo período, com custo médio de R$2.400,00. O tratamento para anemia hemolítica foi o mais prevalente, tempo médio de internação de 5 dias, mais comum em ≤9 anos (33,8%). Internação em UTI ocorreu em 3% dos casos. O custo total das internações foi de cerca de 3 milhões de reais. O Sudeste teve o maior número de internações (n = 776). Ocorreram 153 óbitos em 10 anos, maioria mulheres ≥ 50 anos e no estado de São Paulo (n = 56), seguido por Minas Gerais (n = 17). A maioria dos óbitos ocorreu em 2017 e 2020 (19 para cada ano).

Discussão

O perfil das pessoas com talassemia no Brasil é de adultos jovens, mulheres, brancos e do Sul e Sudeste, locais de maior imigração italiana. No Nordeste houve maior miscigenação populacional. O impacto da pandemia da Covid-19 é percebido na redução do acesso a tratamentos/procedimentos e no aumento de óbitos em 2020. Apesar de poucos pacientes no Nordeste e em idade pediátrica, o segundo maior número de óbitos foi nessa região, sugerindo problemas graves relacionados ao acesso e qualidade do tratamento. A disparidade nos óbitos indica necessidade de melhorias urgentes na infraestrutura de saúde e disponibilização de tratamentos adequados para a Talassemia, especialmente em áreas com menos recursos, reduzindo a mortalidade e melhorando a qualidade de vida dos pacientes e familiares. Mais dados sobre causas de internação e óbito e quelação de ferro não foram encontrados.

Conclusão

A falta de preenchimento adequado das fichas de notificação sugere que o número de pessoas com talassemia no Brasil esteja subnotificado, dificultando a compreensão real do cenário da talassemia no país. Para melhor gestão das políticas públicas para a talassemia é preciso melhorar a notificação do tratamento da doença pelas instituições de saúde.
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