{"title":"圣卡塔琳娜州北部一家私立医院输血机构对接受治疗性放血病人的流行病学概况分析","authors":"J Fritsch , PTR Almeida","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.004","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A sangria terapêutica é um procedimento ambulatorial semelhante a doação de sangue, porém o sangue é desprezado após a coleta. O procedimento reduz sinais e sintomas de diferentes doenças, sendo realizada regularmente ou esporadicamente. A indicação, o volume a ser retirado e a frequência são definidos pelo médico hematologista, considerando diagnóstico, testes laboratoriais e sintomas. Dentre as principais indicações estão portadores de policitemias, hemoglobinopatias, hemocromatose e hiperferritinemias.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Investigar o perfil epidemiológico de pacientes submetidos a sangria terapêutica realizado pela agência transfusional em um hospital privado em Joinville/SC de 2022 e 2023.</div></div><div><h3>Métodos</h3><div>Realizada uma análise retrospectiva e quantitativa de pacientes submetidos a sangria terapêutica entre 01 de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2023. Dados obtidos através de formulário preenchido por atendimento, onde foram avaliados sexo, idade, volume retirado, frequência e indicação clínica.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>No período estudado foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo 121 pacientes, com predominância de pacientes do sexo masculino (92,66%). A faixa etária analisada variou entre 29 e 90 anos, com média de 52 anos. Observou-se maior incidência entre as idades de 51 a 60 anos (30,58%) e de 41 a 50 anos (24,79%). Média de 500 mL retirado por procedimento. Quanto à frequência, 27 pacientes submeteram-se ao procedimento de 8 a 26 vezes em dois anos. Todos realizaram o procedimento em intervalos de 15 ou 30 dias. Entre as indicações clínicas, a hemocromatose sem ou com mutação genética (HH) diagnosticada foi a mais comum, afetando 57,02%. Outros diagnósticos foram observados: hiperferritinemias (29,76%), hiperferritinemias com perfil genético negativo (4,13%), policitemia secundária (4,13%) e policitemia (2,48%). Casos de porfiria, síndrome metabólica e talassemia menor foram observados em 0,82% cada.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>Ribeiro (2022) e Zilio (2018) observaram prevalência de pacientes do sexo masculino (83,5% e 84,1%), similar ao presente estudo (92,66%). Constatado média de 52 anos. De acordo com os autores, os pacientes apresentaram média de 46 e 53 anos, nesta ordem. O volume retirado segue guidelines (USP, 2024) que sugerem não ultrapassar de 500 mL por sessão. Dentre as indicações clínicas, Santos (2022) em SP relata que 45% dos pacientes apresentam HH, enquanto Ribeiro (2023) na BA traz 84,48%. Em SC (Zilio, 2018) demonstra que 56,8% apresentam HH. No presente estudo, foi encontrado 57,02% dos pacientes com hemocromatose concordando que tais dados variam de acordo com a região estudada.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>De 2022 a 2023 foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo predominante o sexo masculino, de 51 a 60 anos e hemocromatose a comorbidade com maior índice. A frequência indicada pelos hematologistas para controle dos diagnósticos é maior do que previsto na legislação brasileira. A sangria terapêutica serve no tratamento e controle de doenças e o diagnóstico precoce da hemocromatose por meio de testes moleculares é essencial, sobretudo em pacientes com altos níveis de ferritina para auxiliar na prevenção de sintomas e melhora da qualidade e expectativa de vida desses pacientes.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":"46 ","pages":"Page S2"},"PeriodicalIF":1.8000,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES SUBMETIDOS A SANGRIA TERAPÊUTICA REALIZADO PELA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL EM UM HOSPITAL PRIVADO NO NORTE DE SANTA CATARINA\",\"authors\":\"J Fritsch , PTR Almeida\",\"doi\":\"10.1016/j.htct.2024.09.004\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"<div><h3>Introdução</h3><div>A sangria terapêutica é um procedimento ambulatorial semelhante a doação de sangue, porém o sangue é desprezado após a coleta. O procedimento reduz sinais e sintomas de diferentes doenças, sendo realizada regularmente ou esporadicamente. A indicação, o volume a ser retirado e a frequência são definidos pelo médico hematologista, considerando diagnóstico, testes laboratoriais e sintomas. Dentre as principais indicações estão portadores de policitemias, hemoglobinopatias, hemocromatose e hiperferritinemias.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Investigar o perfil epidemiológico de pacientes submetidos a sangria terapêutica realizado pela agência transfusional em um hospital privado em Joinville/SC de 2022 e 2023.</div></div><div><h3>Métodos</h3><div>Realizada uma análise retrospectiva e quantitativa de pacientes submetidos a sangria terapêutica entre 01 de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2023. Dados obtidos através de formulário preenchido por atendimento, onde foram avaliados sexo, idade, volume retirado, frequência e indicação clínica.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>No período estudado foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo 121 pacientes, com predominância de pacientes do sexo masculino (92,66%). A faixa etária analisada variou entre 29 e 90 anos, com média de 52 anos. Observou-se maior incidência entre as idades de 51 a 60 anos (30,58%) e de 41 a 50 anos (24,79%). Média de 500 mL retirado por procedimento. Quanto à frequência, 27 pacientes submeteram-se ao procedimento de 8 a 26 vezes em dois anos. Todos realizaram o procedimento em intervalos de 15 ou 30 dias. Entre as indicações clínicas, a hemocromatose sem ou com mutação genética (HH) diagnosticada foi a mais comum, afetando 57,02%. Outros diagnósticos foram observados: hiperferritinemias (29,76%), hiperferritinemias com perfil genético negativo (4,13%), policitemia secundária (4,13%) e policitemia (2,48%). Casos de porfiria, síndrome metabólica e talassemia menor foram observados em 0,82% cada.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>Ribeiro (2022) e Zilio (2018) observaram prevalência de pacientes do sexo masculino (83,5% e 84,1%), similar ao presente estudo (92,66%). Constatado média de 52 anos. De acordo com os autores, os pacientes apresentaram média de 46 e 53 anos, nesta ordem. O volume retirado segue guidelines (USP, 2024) que sugerem não ultrapassar de 500 mL por sessão. Dentre as indicações clínicas, Santos (2022) em SP relata que 45% dos pacientes apresentam HH, enquanto Ribeiro (2023) na BA traz 84,48%. Em SC (Zilio, 2018) demonstra que 56,8% apresentam HH. No presente estudo, foi encontrado 57,02% dos pacientes com hemocromatose concordando que tais dados variam de acordo com a região estudada.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>De 2022 a 2023 foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo predominante o sexo masculino, de 51 a 60 anos e hemocromatose a comorbidade com maior índice. A frequência indicada pelos hematologistas para controle dos diagnósticos é maior do que previsto na legislação brasileira. 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ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES SUBMETIDOS A SANGRIA TERAPÊUTICA REALIZADO PELA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL EM UM HOSPITAL PRIVADO NO NORTE DE SANTA CATARINA
Introdução
A sangria terapêutica é um procedimento ambulatorial semelhante a doação de sangue, porém o sangue é desprezado após a coleta. O procedimento reduz sinais e sintomas de diferentes doenças, sendo realizada regularmente ou esporadicamente. A indicação, o volume a ser retirado e a frequência são definidos pelo médico hematologista, considerando diagnóstico, testes laboratoriais e sintomas. Dentre as principais indicações estão portadores de policitemias, hemoglobinopatias, hemocromatose e hiperferritinemias.
Objetivo
Investigar o perfil epidemiológico de pacientes submetidos a sangria terapêutica realizado pela agência transfusional em um hospital privado em Joinville/SC de 2022 e 2023.
Métodos
Realizada uma análise retrospectiva e quantitativa de pacientes submetidos a sangria terapêutica entre 01 de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2023. Dados obtidos através de formulário preenchido por atendimento, onde foram avaliados sexo, idade, volume retirado, frequência e indicação clínica.
Resultados
No período estudado foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo 121 pacientes, com predominância de pacientes do sexo masculino (92,66%). A faixa etária analisada variou entre 29 e 90 anos, com média de 52 anos. Observou-se maior incidência entre as idades de 51 a 60 anos (30,58%) e de 41 a 50 anos (24,79%). Média de 500 mL retirado por procedimento. Quanto à frequência, 27 pacientes submeteram-se ao procedimento de 8 a 26 vezes em dois anos. Todos realizaram o procedimento em intervalos de 15 ou 30 dias. Entre as indicações clínicas, a hemocromatose sem ou com mutação genética (HH) diagnosticada foi a mais comum, afetando 57,02%. Outros diagnósticos foram observados: hiperferritinemias (29,76%), hiperferritinemias com perfil genético negativo (4,13%), policitemia secundária (4,13%) e policitemia (2,48%). Casos de porfiria, síndrome metabólica e talassemia menor foram observados em 0,82% cada.
Discussão
Ribeiro (2022) e Zilio (2018) observaram prevalência de pacientes do sexo masculino (83,5% e 84,1%), similar ao presente estudo (92,66%). Constatado média de 52 anos. De acordo com os autores, os pacientes apresentaram média de 46 e 53 anos, nesta ordem. O volume retirado segue guidelines (USP, 2024) que sugerem não ultrapassar de 500 mL por sessão. Dentre as indicações clínicas, Santos (2022) em SP relata que 45% dos pacientes apresentam HH, enquanto Ribeiro (2023) na BA traz 84,48%. Em SC (Zilio, 2018) demonstra que 56,8% apresentam HH. No presente estudo, foi encontrado 57,02% dos pacientes com hemocromatose concordando que tais dados variam de acordo com a região estudada.
Conclusão
De 2022 a 2023 foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo predominante o sexo masculino, de 51 a 60 anos e hemocromatose a comorbidade com maior índice. A frequência indicada pelos hematologistas para controle dos diagnósticos é maior do que previsto na legislação brasileira. A sangria terapêutica serve no tratamento e controle de doenças e o diagnóstico precoce da hemocromatose por meio de testes moleculares é essencial, sobretudo em pacientes com altos níveis de ferritina para auxiliar na prevenção de sintomas e melhora da qualidade e expectativa de vida desses pacientes.