Docentes mães na educação básica: vivências intra e interpessoais na transição do ensino presencial para o remoto no período da pandemia da Covid-19

O isolamento social causado pela pandemia da COVID-19 resultou na suspensão das aulas presenciais em instituições de ensino no Brasil e no mundo, exigindo que docentes adaptassem o planejamento pedagógico presencial para remoto. Este estudo teve por objetivo analisar as repercussões da transição do ensino presencial para o remoto nas vivências de docentes mães na educação básica no período da pandemia da COVID-19. Tratou-se de um estudo observacional, descritivo, de abordagem qualitativa realizado no distrito de Santo Agostinho, município de Água Doce do Norte/ES. Participaram oito docentes mães com filhos na faixa etária de 0 a 15 anos, que atuaram no ensino remoto entre março de 2020 a dezembro de 2021. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas, cujo conteúdo foi analisado por meio da Análise de Conteúdo de Bardin, focando na temática: Influência da transição do ensino presencial para o remoto nas vivências intra e interpessoais das docentes. As vivências intra e interpessoais compartilhadas pelas participantes evidenciaram desafios, como conciliar as responsabilidades familiares, profissionais e sociais, com a falta de delimitação entre o ambiente de trabalho e o domiciliar, sobrecarga de trabalho e utilização de diferentes tecnologias para o processo ensino-aprendizagem. Estratégias resilientes foram desenvolvidas para equilibrar os papéis de docente, mulher e mãe. A transição gerou consequências positivas e negativas, todavia ofereceu oportunidades de crescimento para as docentes. Conclui-se que apesar dos desafios, a transição criou oportunidades para conexões e solidariedade entre colegas e familiares, fortalecendo laços de colaboração e empatia nas relações interpessoais.