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A autoria em textos produzidos por inteligência artificial e por alunos em uma perspectiva discursiva
Nesse artigo, problematizo o conceito de autoria a partir da análise de textos produzidos por inteligência artificial (IA) em comparação a textos produzidos por sujeitos-alunos em produções escolares a fim de compreender o funcionamento da autoria nos processos de produção de sentidos, observando o grau de autoria do texto da IA e, concluir, se sua escrita pode mesmo superar a do sujeito-humano em sua prática linguageira. As análises são operadas pelo dispositivo teórico-analítico da Análise do Discurso de vertente Materialista, em que a linguagem é considerada materialidade discursiva e, assim, ideológica (Orlandi, 1994). Os resultados das análises mostram que a inteligência artificial, em seu atual estágio de desenvolvimento, não é capaz de romper com a repetição parafrástica do dizer e produzir efeito de originalidade ao ponto de se colocar na posição de autor. Reproduzindo os dados que lhe são fornecidos dentro dos comandos a que está determinada, produz apenas um simulacro de função-autor que permite o ChatGPT construir sentenças coerentes por meio do arquivo digital a que tem acesso. Assim, conclui-se que, embora o sujeito-aluno possa se colocar na posição-escrevente ao se apropriar do texto produzido pelo programa, não há superação das potencialidades humanas quanto à produção de sentidos singulares que elevam o grau de autoria.