性别和种族如何构建监狱系统:与安吉拉-戴维斯对话,探讨巴西惩罚性控制中的种族主义和性别歧视问题

Fernanda da Silva Lima, Jéssica Domiciano Cardoso Jeremias, Débora Ferrazzo
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摘要

摘要 我们对巴西的女性监禁现象进行了分析,将其视为资本主义生产方式的具体决定因素。我们以安吉拉-戴维斯(Angela Davis)提出的解读为基础,通过与巴西女权主义思想作者的对话,从性别和种族类别如何作为巴西刑法控制的结构性要素这一问题入手。为此,我们将首先尝试概述关于压迫作为资本主义生产方式中结构性社会关系的辩论。随后,我们将讨论巴西背景下的性别和种族压迫,特别是考虑到妇女承担着过重的生育、无形和不稳定的工作。最后,我们将分析巴西将惩罚性控制巩固为管理一次性身体的工具,以及巴西文化中种族主义和性别歧视的不断产生和再生产。我们将采用唯物主义分析方法,通过黑人女权主义的批判性分析理论框架进行批判性互斥(该方法的非辩证时刻)。通过所提出的表述,我们可以总结出刑法系统的暴力和种族主义管理,以保持巴西社会结构的稳固,使黑人妇女的身体处于国家惩罚性控制所强加的更大的脆弱性过程中。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Como gênero e raça estruturam o sistema prisional: Diálogos com Angela Davis sobre racismo e sexismo no controle punitivo brasileiro
Resumo Apresentamos uma análise do fenômeno do encarceramento feminino no Brasil, situando-o como determinação concreta do modo de produção capitalista. Partimos da problemática a respeito de como as categorias de gênero e raça atuam como elementos estruturantes do controle penal brasileiro, a partir da leitura proposta por Angela Davis, em diálogo com autoras do pensamento feminista brasileiro. Para tanto, buscaremos inicialmente traçar debates acerca das opressões como estruturantes das relações sociais no modo capitalista de produção. Posteriormente, discutiremos as opressões de gênero e raça no contexto brasileiro, em especial considerando a sobrecarga de trabalhos reprodutivos, invisíveis e precários sobre as mulheres. Por fim, analisaremos a consolidação do controle punitivo brasileiro enquanto instrumento de gestão de corpos descartáveis e constante produção e reprodução de racismo e sexismo na cultura brasileira. Utilizaremos como metodologia, a análise materialista, com a interpelação crítica (momento ana-dialético do método) por meio do marco teórico analítico crítico do feminismo negro. Com as formulações apresentadas, poderemos concluir, em síntese, pela gestão violenta e racista do sistema penal de forma a manter sólida a estrutura social brasileira, sujeitando os corpos das mulheres negras ao maior processo de vulnerabilidade imposto pelo controle punitivo estatal.
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