Da hipótese ao domínio da escrita: reflexões sobre o ensino e a aprendizagem da ortografia

A escrita, enquanto tecnologia e prática social de interação, especialmente nas sociedades grafocêntricas, requer um processo de ensino e aprendizagem sistemático, geralmente desenvolvido no contexto escolar. Assim, nossa finalidade nesta pesquisa foi observar e analisar os desvios de grafia em textos de estudantes em fase de escrita pós-alfabética. Com base em Ferreiro e Teberosky (1999), Cagliari (2003), Hodges e Nobre (2012), entre outros, além dos parâmetros da BNCC (2018), analisamos dois textos produzidos por alunos do 3º ano do ensino fundamental em duas oficinas de escrita. A análise em questão levou em consideração, por conta do nível de escolaridade dos estudantes, que os desvios ortográficos observados não são necessariamente “erros”, mas tentativas de seguir o padrão da ortografia, caracterizando-os assim como hipóteses de escrita. Nessa perspectiva, buscamos observar e descrever os processos metalinguísticos representados nos textos, considerando os diferentes níveis ortográficos dos discentes.