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Considerações acerca da Representação dos Indígenas nas Pinturas Anchietanas de Benedito Calixto
Benedito Calixto (1853-1927) sededica à iconografia indigenistade cunho his[1]tórico e religioso, ainda no final do século XIX, marcando um conjunto de pinturas em óleo sobre tela, que se estende pela primeira década do século XX, chegando até o ano de 1920.Em sua produção destaca-se a série sobre José de Anchieta, cuja santificação ocorre muito recentemente. Representado entre indígenas, o jesuíta do século XVI assume papel fulcral na construção de uma narrativa que visa o domínio do habitante originário. Nesse mesmo período salienta-se o projeto colonizador e expansionista cafeeiro e ferroviário do oeste paulista, projeto esse marcado por um discurso atrelado à eliminação dos indígenas, considerados entraves ao desenvolvimento da nação ainda du[1]rante o Segundo Reinado. Nesse discurso, ressalta-se o proferido pelo dire[1]tor do Museu Paulista entre 1895 e 1916, Hermann von Ihering (1850-1930), que prega o extermínio dos Caingangues no artigo publicado em 1907, na Revista do Museu. Visa-se, portanto, analisar e problematizar esse conjun[1]to iconográfico calixtiano sob uma perspectiva decolonizadora, revelando e desvelando o papel ocultado pela violência implícita nas referidas pinturas do artista, nas quais os indígenas sempre ocupam o lugar da submissão e aceitação pacífica dos ditames impostos pela Igreja e pelo Estado. Almeja-se, ainda, compreender o lugar dos indígenas nesse processo de longa duração, observando-se seus fragmentos narrativos e historiográficos presentes nas imagens de Benedito Calixto.