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As entrevistas foram coletadas, transcritas e analisadas à luz da Teoria das Representações Sociais, enquanto método, e da Análise de Conteúdo. Tais procedimentos metodológicos fizeram emergir oito categorias temáticas de análise. Dentre elas destacamos a que foi nomeada de “É tudo ser humano: invisibilizando as diferenças”. Os resultados das análises dessa categoria revelaram que contrariando pânicos morais produzidos por setores conservadores, as/os docentes não abordam questões de gênero e da diversidade sexual em contexto escolar. Antes, invisibilizam as diferenças e negam os diferentes tipos de discriminação e preconceito gerados pelas homotransfobias que circulam no contexto escolar, pois ancoram suas representações acerca da diversidade em fundamentalismos religiosos e moralismos conservadores. 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"É tudo ser humano": invisibilizando a diversidade sexual em contexto escolar
O presente artigo fundamenta-se em um segmento de uma tese de doutorado defendida em 2021 na Universidade Federal de São Paulo (USP). O período de realização da pesquisa foi precedido pela circulação de suposições de que as escolas estariam trabalhando com a “ideologia de gênero”, algo que colocaria em risco crianças, adolescentes e famílias. Sabendo-se que as representações sociais são roteiros para ação, o trabalho teve por objetivo levantar e analisar as representações sociais de docentes acerca da diversidade sexual em contexto escolar a fim de identificar os meios pelos quais docentes estariam trabalhando, ou não, com a diversidade sexual nas salas de aula. Assim, foram entrevistadas/os trinta docentes de uma escola da periferia de Guarulhos-SP. As entrevistas foram coletadas, transcritas e analisadas à luz da Teoria das Representações Sociais, enquanto método, e da Análise de Conteúdo. Tais procedimentos metodológicos fizeram emergir oito categorias temáticas de análise. Dentre elas destacamos a que foi nomeada de “É tudo ser humano: invisibilizando as diferenças”. Os resultados das análises dessa categoria revelaram que contrariando pânicos morais produzidos por setores conservadores, as/os docentes não abordam questões de gênero e da diversidade sexual em contexto escolar. Antes, invisibilizam as diferenças e negam os diferentes tipos de discriminação e preconceito gerados pelas homotransfobias que circulam no contexto escolar, pois ancoram suas representações acerca da diversidade em fundamentalismos religiosos e moralismos conservadores. Conclui-se que existem grandes desafios para a construção de projetos pedagógicos que objetivem combater expressões discriminatórias.