Natália Miranda Fernandes da Silva, Waldir Beividas
{"title":"伦理与说服","authors":"Natália Miranda Fernandes da Silva, Waldir Beividas","doi":"10.25187/codex.v11i2.56441","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo se propõe a identificar elementos da Retórica de Aristóteles no embate entre Édipo e Creonte, da tragédia Édipo Rei de Sófocles, destacando a maneira com que os personagens mobilizam competências retóricas, em especial o ethos, para conquistar a adesão do povo tebano aos seus respectivos pontos de vista. Demonstrar-se-á a associação entre o poder da palavra e a manutenção da justiça e da boa governança: diante das acusações de Édipo, que se vê desesperado em busca de uma resposta que explique os males que acometem a cidade, cabe a Creonte construir um discurso de defesa que convença o coro acerca de sua inocência. Para tanto, ele se autoapresenta como alguém equânime e prudente, virtudes altamente valorizadas em um contexto marcado pelo desequilíbrio. Édipo, em contrapartida, vê sua reputação enquanto decifrador de enigmas perder força: se antes destacava-se como uma autoridade de saber, apresenta-se agora como uma autoridade de poder, apelando ao exagero e ao absurdo para mascarar a própria ignorância.","PeriodicalId":188835,"journal":{"name":"CODEX - Revista de Estudos Clássicos","volume":"180 S450","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-03-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Ethos e persuasão\",\"authors\":\"Natália Miranda Fernandes da Silva, Waldir Beividas\",\"doi\":\"10.25187/codex.v11i2.56441\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente artigo se propõe a identificar elementos da Retórica de Aristóteles no embate entre Édipo e Creonte, da tragédia Édipo Rei de Sófocles, destacando a maneira com que os personagens mobilizam competências retóricas, em especial o ethos, para conquistar a adesão do povo tebano aos seus respectivos pontos de vista. Demonstrar-se-á a associação entre o poder da palavra e a manutenção da justiça e da boa governança: diante das acusações de Édipo, que se vê desesperado em busca de uma resposta que explique os males que acometem a cidade, cabe a Creonte construir um discurso de defesa que convença o coro acerca de sua inocência. Para tanto, ele se autoapresenta como alguém equânime e prudente, virtudes altamente valorizadas em um contexto marcado pelo desequilíbrio. Édipo, em contrapartida, vê sua reputação enquanto decifrador de enigmas perder força: se antes destacava-se como uma autoridade de saber, apresenta-se agora como uma autoridade de poder, apelando ao exagero e ao absurdo para mascarar a própria ignorância.\",\"PeriodicalId\":188835,\"journal\":{\"name\":\"CODEX - Revista de Estudos Clássicos\",\"volume\":\"180 S450\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-03-09\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"CODEX - Revista de Estudos Clássicos\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.25187/codex.v11i2.56441\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"CODEX - Revista de Estudos Clássicos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25187/codex.v11i2.56441","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O presente artigo se propõe a identificar elementos da Retórica de Aristóteles no embate entre Édipo e Creonte, da tragédia Édipo Rei de Sófocles, destacando a maneira com que os personagens mobilizam competências retóricas, em especial o ethos, para conquistar a adesão do povo tebano aos seus respectivos pontos de vista. Demonstrar-se-á a associação entre o poder da palavra e a manutenção da justiça e da boa governança: diante das acusações de Édipo, que se vê desesperado em busca de uma resposta que explique os males que acometem a cidade, cabe a Creonte construir um discurso de defesa que convença o coro acerca de sua inocência. Para tanto, ele se autoapresenta como alguém equânime e prudente, virtudes altamente valorizadas em um contexto marcado pelo desequilíbrio. Édipo, em contrapartida, vê sua reputação enquanto decifrador de enigmas perder força: se antes destacava-se como uma autoridade de saber, apresenta-se agora como uma autoridade de poder, apelando ao exagero e ao absurdo para mascarar a própria ignorância.