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Somente na década de 1990, pessoas de identidade sexual entendida como normal pelo discurso biomédico passaram a ser tratadas por um termo próprio: cisgênero. Antes disso, entretanto, sujeitos interpretados como anormais já eram nomeados. O presente trabalho defende que o corpo normal(izado) só pode existir a partir da negação e/ou rejeição do outro, a-normalizado. Articulando uma revisão bibliográfica de genealogias acerca do binarismo sexual a produções sobre a temática de gênero sob a perspectiva da teoria queer, objetiva-se analisar a suposta pré-discursividade da identidade cis, desvelando-a como uma autoatribuição ontológica, que é, de fato, epistemologicamente insustentável. Com isso, conclui-se que vivemos contemporaneamente em uma era somatopolítica na qual as tecnologias de (re)produção do sexo são utilizadas a fim de reinscrever os corpos na lógica dimórfica do binarismo sexual e faz-se propostas para se desbinarizar o discurso biomédico.