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A natureza do ceticismo cartesiano é um dos pontos mais controversos e desafiadores na interpretação das Meditações Metafísicas. O objetivo do presente trabalho é mostrar que as dúvidas apresentadas e desenvolvidas pelo filósofo do século XVII tem um cunho de natureza epistemológica, por meio da seguinte questão norteadora investigativa: qual o papel e a função de expor a possibilidade de que todo o conhecimento pode ser, definitivamente, duvidoso, através da hipótese da dúvida dos sonhos ou da existência do gênio maligno? Para tanto, seguir-se-á o método crítico-analítico de investigação, via revisão bibliográfica de alguns dos principais comentaristas que tratam sobre a presente questão, ademais serão escrutinadas as hipóteses céticas apresentadas por Descartes na sua principal obra, como em excertos significativos de sua vida teórica, nas quais abordou e confrontou tal temática. Nossos achados teóricos conclusivos põem evidenciam em tela que o ceticismo exerce um papel central na fundamentação do conceito de ciência no sistema cartesiana com impactos na teoria causal da percepção antigo-medieval, dado que a certeza como critério último da verdade, defendida por Descartes, origina-se de uma atitude de dúvida sobre a verdade das crenças sobre a existência dos corpos exteriores e mesmo de suas essências; passando, agora, a residir na certeza da verdade de ideias como a de Deus, e a do “eu sou, eu existo”. (AT, VII, 27; IX-1, 21).