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Material e métodos: A amostra deste estudo cross-sectional foi obtida por bola de neve e incluiu dentistas, higienistas orais, assistentes dentárias, gestores, gestores de pacientes e rececionistas de clínicas dentárias em Portugal. A versão portuguesa do Medical Office Survey on Patient Safety Culture (MOSPSC) foi adaptado para a medicina dentária. Após a validação e análise de fiabilidade, o questionário para a avaliação da Cultura de Segurança do Doente nos Cuidados de Medicina Dentária (CSDMD) foi inicialmente divulgado a vinte dentistas e higienistas orais e com a Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) que fizeram a partilha entre pares e com outras clínicas dentárias. Resultados: A amostra consistiu em 237 respondentes. O maior grupo eram higienistas orais (32,48%). Das dimensões da cultura de segurança do questionário, o “trabalho em equipa” (80.1%) e “seguimento do doente” (75.0%) obtiveram as pontuações mais elevadas, enquanto o “ritmo e pressão de trabalho” (47.9%) e a “abertura da comunicação” entre profissionais e staff (49.0%) as mais reduzidas. Dos respondentes que não tomam decisões financeiras, 45.4% considera que os gestores da clínica não investem em recursos necessários para a melhoria da qualidade em saúde. Conclusões: A maioria dos profissionais de saúde oral e staff partilham um espírito de trabalho em equipa e atmosfera de respeito e entreajuda, no entanto consideram que a pressão que sentem no tratamento dos pacientes e o desencorajamento em expressar diferentes pontos de vistas constituem pontos a melhorar.","PeriodicalId":506230,"journal":{"name":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","volume":" 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A cultura de segurança nos cuidados de medicina dentária: um estudo cross-sectional\",\"authors\":\"Catarina Figueira, Fátima Bizarra, Margarida Eiras\",\"doi\":\"10.51126/revsalus.v5isupii.776\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: Os cuidados de saúde são vulneráveis ao erro, e por isso a cultura de segurança (CS) tem sido cada vez mais uma preocupação mundial (Institute of Medicine, 2000). 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A cultura de segurança nos cuidados de medicina dentária: um estudo cross-sectional
Introdução: Os cuidados de saúde são vulneráveis ao erro, e por isso a cultura de segurança (CS) tem sido cada vez mais uma preocupação mundial (Institute of Medicine, 2000). A notificação do erro numa cultura de aprendizagem não-punitiva, a comunicação aberta e o forte compromisso da gestão/liderança com a CS são alguns preditores de uma CS positiva (El-Jardali et al., 2011). A prática em medicina dentária desenvolve-se numa sinergia entre o meio e a ação humana, e está inerente a riscos que podem resultar em dano para o doente e profissional de saúde oral (Choi et al., 2019). Objetivos: Avaliar a cultura de segurança em clínicas dentárias e identificar pontos fortes e áreas de melhoria. Material e métodos: A amostra deste estudo cross-sectional foi obtida por bola de neve e incluiu dentistas, higienistas orais, assistentes dentárias, gestores, gestores de pacientes e rececionistas de clínicas dentárias em Portugal. A versão portuguesa do Medical Office Survey on Patient Safety Culture (MOSPSC) foi adaptado para a medicina dentária. Após a validação e análise de fiabilidade, o questionário para a avaliação da Cultura de Segurança do Doente nos Cuidados de Medicina Dentária (CSDMD) foi inicialmente divulgado a vinte dentistas e higienistas orais e com a Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) que fizeram a partilha entre pares e com outras clínicas dentárias. Resultados: A amostra consistiu em 237 respondentes. O maior grupo eram higienistas orais (32,48%). Das dimensões da cultura de segurança do questionário, o “trabalho em equipa” (80.1%) e “seguimento do doente” (75.0%) obtiveram as pontuações mais elevadas, enquanto o “ritmo e pressão de trabalho” (47.9%) e a “abertura da comunicação” entre profissionais e staff (49.0%) as mais reduzidas. Dos respondentes que não tomam decisões financeiras, 45.4% considera que os gestores da clínica não investem em recursos necessários para a melhoria da qualidade em saúde. Conclusões: A maioria dos profissionais de saúde oral e staff partilham um espírito de trabalho em equipa e atmosfera de respeito e entreajuda, no entanto consideram que a pressão que sentem no tratamento dos pacientes e o desencorajamento em expressar diferentes pontos de vistas constituem pontos a melhorar.