Fleur Savaton, Frédéric Vlaemynck, Hélder Craveiro, Anna Brasileiro, Sofia Anastácio
{"title":"宠物兔(Oryctolagus cuniculi)的人畜共患病--阴沟脑虫血清阳性反应","authors":"Fleur Savaton, Frédéric Vlaemynck, Hélder Craveiro, Anna Brasileiro, Sofia Anastácio","doi":"10.51126/revsalus.v5isupii.773","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Encephalitozoon cuniculi é um microsporídio, parasita intracelular obrigatório que apresenta uma distribuição mundial. O seu hospedeiro principal é o coelho doméstico (Oryctolagus cuniculi), podendo, contudo, infetar outras espécies, incluindo o homem (Didier et al., 2006). Em coelhos, a infeção pode ser subclínica ou causar encefalitozoonose. Num quadro de doença, o animal pode apresentar, de forma isolada ou de forma conjunta, sinais clínicos neurológicos, urinários ou oculares (Kunzel et al., 2008). No homem é frequente ocorrer uma a infeção oportunista em pacientes com patologias imunossupressoras (Didier et al. 2005). O aumento do risco de infeção por E. cuniculi em pacientes imunocomprometidos foi recentemente considerado (Kicia et al., 2019). Objetivo: Este estudo teve como objetivo determinar a taxa de seropositividade de E. cuniculi em coelhos de companhia na região Hauts-de-France, em França. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo, entre 2020 e 2022, em coelhos de estimação (n=238; n2020=66; n2021=94; n2022=78) recebidos em consulta veterinária na “Clinique du Caducée” em França, e submetidos a um teste serológico para deteção de anticorpos anti-E. cuniculi por imunofluorescência indireta. Resultados: Os dados obtidos permitiram observar uma taxa de seropositividade global de 70% (77,3% em 2020, 69,2% em 2021 e 64,1% em 2022) entre os animais testados. Por outro lado, a análise estatística revelou associações significativas (p<0,05) entre a deteção de anticorpos anti-E. cuniculi e a presença de head tilt, de nistagmo e, de uma forma geral, de síndrome vestibular. Por último, verificou-se que a seropositividade tinha uma associação estatística significativa com a raça anã, com os animais com idade igual ou superior a três anos, com os níveis elevados de ureia e de creatinina, e também com a origem dos animais adquiridos em lojas de animais. Conclusões: O diagnóstico precoce e a sensibilização dos tutores são dois eixos da luta contra a propagação de E. cuniculi, permitindo prevenir a transmissão a animais sãos mas também, e sobretudo, uma eventual transmissão ao homem.","PeriodicalId":506230,"journal":{"name":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","volume":" 46","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Seropositividade de Encephalitozoon cuniculi, um agente zoonótico, em coelhos (Oryctolagus cuniculi) de companhia\",\"authors\":\"Fleur Savaton, Frédéric Vlaemynck, Hélder Craveiro, Anna Brasileiro, Sofia Anastácio\",\"doi\":\"10.51126/revsalus.v5isupii.773\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: Encephalitozoon cuniculi é um microsporídio, parasita intracelular obrigatório que apresenta uma distribuição mundial. O seu hospedeiro principal é o coelho doméstico (Oryctolagus cuniculi), podendo, contudo, infetar outras espécies, incluindo o homem (Didier et al., 2006). Em coelhos, a infeção pode ser subclínica ou causar encefalitozoonose. Num quadro de doença, o animal pode apresentar, de forma isolada ou de forma conjunta, sinais clínicos neurológicos, urinários ou oculares (Kunzel et al., 2008). No homem é frequente ocorrer uma a infeção oportunista em pacientes com patologias imunossupressoras (Didier et al. 2005). O aumento do risco de infeção por E. cuniculi em pacientes imunocomprometidos foi recentemente considerado (Kicia et al., 2019). Objetivo: Este estudo teve como objetivo determinar a taxa de seropositividade de E. cuniculi em coelhos de companhia na região Hauts-de-France, em França. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo, entre 2020 e 2022, em coelhos de estimação (n=238; n2020=66; n2021=94; n2022=78) recebidos em consulta veterinária na “Clinique du Caducée” em França, e submetidos a um teste serológico para deteção de anticorpos anti-E. cuniculi por imunofluorescência indireta. Resultados: Os dados obtidos permitiram observar uma taxa de seropositividade global de 70% (77,3% em 2020, 69,2% em 2021 e 64,1% em 2022) entre os animais testados. Por outro lado, a análise estatística revelou associações significativas (p<0,05) entre a deteção de anticorpos anti-E. cuniculi e a presença de head tilt, de nistagmo e, de uma forma geral, de síndrome vestibular. Por último, verificou-se que a seropositividade tinha uma associação estatística significativa com a raça anã, com os animais com idade igual ou superior a três anos, com os níveis elevados de ureia e de creatinina, e também com a origem dos animais adquiridos em lojas de animais. Conclusões: O diagnóstico precoce e a sensibilização dos tutores são dois eixos da luta contra a propagação de E. cuniculi, permitindo prevenir a transmissão a animais sãos mas também, e sobretudo, uma eventual transmissão ao homem.\",\"PeriodicalId\":506230,\"journal\":{\"name\":\"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia\",\"volume\":\" 46\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-01-15\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.51126/revsalus.v5isupii.773\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51126/revsalus.v5isupii.773","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Seropositividade de Encephalitozoon cuniculi, um agente zoonótico, em coelhos (Oryctolagus cuniculi) de companhia
Introdução: Encephalitozoon cuniculi é um microsporídio, parasita intracelular obrigatório que apresenta uma distribuição mundial. O seu hospedeiro principal é o coelho doméstico (Oryctolagus cuniculi), podendo, contudo, infetar outras espécies, incluindo o homem (Didier et al., 2006). Em coelhos, a infeção pode ser subclínica ou causar encefalitozoonose. Num quadro de doença, o animal pode apresentar, de forma isolada ou de forma conjunta, sinais clínicos neurológicos, urinários ou oculares (Kunzel et al., 2008). No homem é frequente ocorrer uma a infeção oportunista em pacientes com patologias imunossupressoras (Didier et al. 2005). O aumento do risco de infeção por E. cuniculi em pacientes imunocomprometidos foi recentemente considerado (Kicia et al., 2019). Objetivo: Este estudo teve como objetivo determinar a taxa de seropositividade de E. cuniculi em coelhos de companhia na região Hauts-de-France, em França. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo, entre 2020 e 2022, em coelhos de estimação (n=238; n2020=66; n2021=94; n2022=78) recebidos em consulta veterinária na “Clinique du Caducée” em França, e submetidos a um teste serológico para deteção de anticorpos anti-E. cuniculi por imunofluorescência indireta. Resultados: Os dados obtidos permitiram observar uma taxa de seropositividade global de 70% (77,3% em 2020, 69,2% em 2021 e 64,1% em 2022) entre os animais testados. Por outro lado, a análise estatística revelou associações significativas (p<0,05) entre a deteção de anticorpos anti-E. cuniculi e a presença de head tilt, de nistagmo e, de uma forma geral, de síndrome vestibular. Por último, verificou-se que a seropositividade tinha uma associação estatística significativa com a raça anã, com os animais com idade igual ou superior a três anos, com os níveis elevados de ureia e de creatinina, e também com a origem dos animais adquiridos em lojas de animais. Conclusões: O diagnóstico precoce e a sensibilização dos tutores são dois eixos da luta contra a propagação de E. cuniculi, permitindo prevenir a transmissão a animais sãos mas também, e sobretudo, uma eventual transmissão ao homem.