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“Urgência de um corpo livre do seu enredo”: a Ninfa e o tempo na poesia de Tatiana Faia
Este artigo propõe uma leitura de dois livros da poeta portuguesa Tatiana Faia – Leopardo e abstracção (2020) e Adriano (2022) – reconhecendo aí aparições da figura da Ninfa, estudada por Aby Warburg e retomada por Georges Didi-Huberman como alegoria teórica que mobiliza um pensamento desestabilizador sobre o tempo e sua lógica. Insistente e fluida, reincidente e metamórfica, a Ninfa atravessa a história da cultura, criando dobras entre tempos e entre textos, promovendo cruzamentos críticos do passado e do presente. Gesto reflexivo que parece especialmente caro para uma poeta contemporânea que também se dedica aos estudos clássicos.