Elaboração de uma arquitetura semiocognitiva para a aprendizagem do olhar nas representações gráficas cartesianas

Aprender a olhar é um gesto intelectual fundamental na aprendizagem científica: o biólogo precisa compreender o que vê em microscópio; o físico em um gráfico que rege o movimento de um móvel; o leitor comum procura compreender um infográfico publicado em uma revista de grande circulação. Criada ainda no século XIV, o sistema de representação geométrico-cartesiano possui desdobramentos históricos no desenvolvimento da matemática, mostrou-se ser um instrumento de aprendizagem multidisciplinar. Na matemática, é tema específico de aprendizagem que não depende de aplicações práticas de outras disciplinas. A reta, enquanto objeto matemático, está presente em todo o itinerário formativo básico do estudante. Neste trabalho, apresentaremos um olhar sobre o estudo da reta, sob a perspectiva da Teoria de Registros de Representação Semiótica de Raymond Duval. Será também realizada uma análise qualitativa de uma atividade sobre este assunto, aplicada numa turma do terceiro ano do ensino técnico integrado ao ensino médio de um Instituto Federal situado em Santa Catarina. Serão apontadas funções discursivas e metadiscursivas relacionadas à resolução dos estudantes, assim como, as variáveis visuais e unidades simbólicas correspondentes indicadas pelos sujeitos nas atividades realizadas.   Palavras-chave: Estudo da Reta, Geometria Cartesiana, Apreensão Global Qualitativa