大赦与断裂:纪念、审判、问责,以免重蹈覆辙

Rita Maria Manso de Barros
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摘要

大赦一词再次在巴西流传,指的是极右翼政府四年(2018-2022 年)期间众多行为者被指控甚至可能犯下的罪行,这些行为者逃避对其行为和不行为的影响负责,本文从精神分析的理论框架出发,讨论了导致其复制的机制,以及当创伤状况无法克服时,其亲密和集体后果。文章讨论了弗洛伊德关于创伤的思想,以及摆脱创伤所驱使的强迫重复的必要性。它还讨论了拉康关于 "tyché "和 "自动机 "的思想,以及费伦齐赋予否认创伤事实这一概念的特殊命运。它强调了巴西最近经历的集体创伤时刻,以及对这一流行病的故意粗心对待和对艺术、知识和科学表现形式的扼杀。20 世纪,一些南美国家经历了军事政变,生活在独裁者的枷锁之下。然而,巴西是唯一一个没有对独裁统治(1964-1985 年)期间所犯罪行进行调查和判决的国家,这令人担忧在博尔索纳罗及其爪牙的法西斯政权统治下经历了四年的破坏和恐怖之后,这种情况会再次发生。文章提出了一种精神分析方法,强调有必要打破一成不变的再现,以克服创伤,建立记忆,延续生命。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Anistia e ruptura: Rememorar, julgar, responsabilizar para não repetir
Como a palavra anistia voltou a circular no Brasil, referente aos supostos, e até mesmo prováveis, crimes cometidos por seus inúmeros atores durante os quatro anos do governo de extrema-direita (2018-2022), fugindo da responsabilização pelos efeitos de seus atos e omissões, este artigo discute, a partir do referencial teórico psicanalítico, os mecanismos que levam à reprodução do mesmo e suas consequências íntimas e coletivas quando uma situação traumática não é superada. Expõe o pensamento freudiano sobre o trauma e a necessidade de romper com a compulsão a repetir que ele impulsiona. Toma o pensamento lacaniano sobre tyché e automaton e o destino peculiar que Ferenczi confere ao conceito de negação do fato traumático. Destaca os momentos mais recentes de trauma coletivo vivido no Brasil e o tratamento deliberadamente displicente dado à pandemia e o sufocamento de manifestações artísticas, intelectuais, científicas. Vários países da América do Sul sofreram golpes militares e viveram sob o jugo de ditadores no século XX. Contudo, o Brasil foi o único que não apurou e julgou os crimes perpetrados durante a ditadura (1964-1985), o que causa apreensão que isso se repita após os quatro anos de destruição e terror vividos sob o regime fascista de Bolsonaro e seus asseclas. O artigo propõe a orientação psicanalítica que coloca a necessidade de romper com a reprodução do mesmo para superação de traumas, construção de memória para continuidade da vida.
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