As artérias lenticuloestriadas podem interferir na extensão da ressecção tumoral e sobrevida nos gliomas da ínsula?

Introdução: gliomas são tumores encefálicos e da medula espinhal que se originam nas células gliais e cuja progressão invade o tecido cerebral adjacentee e dentre eles um dos mais desafiadores são localizados no lobo cerebral da ínsula. Estas artérias irrigam estruturas nobres e sua lesão pode produzir danos sensitivos, motores e de linguagem. Objetivo: Descrever o impacto da extensão da ressecção, sobrevida global e dos resultados funcionais após a cirurgia dos gliomas insulares, quando estes tumores estejam ou não envolvidos pelas artérias lenticuloestriadas. Métodos: Revisão integrativa nas plataformas virtuais em português e inglês, buscando AND ou OR dados através dos seguintes descritores “Gliomas da ínsula, Mapeamento cerebral, Artérias lenticuloestriadas”. busca inicial baseada no título e/ou resumo. Decididos os trabalhos incluíveis realizada a leitura na íntegra dos textos. Total foram estudados 55 artigos. Resultados: lobo da ínsula fica “escondido” pela sobreposição dos lobos frontal, parietal e temporal. Para alcançá-lo pode-se realizar as abordagens transsilviana ou transcortical. Ocorre que ao chegar na ínsula visualiza-se significativa ramificação constituída pelas artérias lenticuloestriadas, cuja manipulação pode determinar déficit neurológico e, se aprofundar no córtex insular, depara-se com outras estruturas tão importantes quanto a própria ínsula. O conhecimento anatômico das artérias lenticuloestriadas e suas relações é de fundamental importância para a ressecção de glioma insular, pois comprometimento delas e da artéria cerebral média podem determinar a isquemia dos núcleos da base e da cápsula interna. Conclusão: Tratamento dos gliomas insulares permanece como grande desafio. Devido sua localização e possibilidade de desenvolvimento de déficits neurológicos na manipulação cirúrgica é necessário não somente conhecer sua localização topográfica, mas também íntima relação vascular com artérias lenticuloestriadas. Envolvimento delas pelo tumor possui implicações na sobrevida na preservação da função neurológica. Conhecimento detalhado da anatomia da região é fundamental para diminuir complicações que afetem grandemente a qualidade de vida dos pacientes.