LIROLA, María Martínez.批判性话语分析与批判性教学法。

IF 0.1 Q4 EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH
Dialogia Pub Date : 2023-12-26 DOI:10.5585/46.2023.24934
Andreza Santos Xavier Rodrigues de Carvalho
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Portanto, os termos centrais – educação, cidadania global, formação integral baseada em valores, competências emocionais e perspectivas educativas e democráticas – serão os fios de “ouro” que conduzirão a questionamentos em relação à ideologia dominante, ao capitalismo, às desigualdades sociais e culturais bem como às diversas formas de opressão. A potência do livro, como pauta de estudos e reflexões no cenário brasileiro, claro, está amparada na trajetória e escolhas de María Martínez Lirola ao longo da formação e em seu engajamento em diversas experiências ligadas à Educação. Ela é Doutora em Filologia Inglesa e Professora Titular de Filologia Inglesa na Universidade de Alicante; recebeu, em 2010, o Prêmio de Excelência Docente da Generalitat Valenciana (Espanha); publicou livros e capítulos de livros, artigos em revistas nacionais e internacionais, conferências; e criou e dirigiu o grupo de pesquisa Análise Crítica do Discurso Multimodal. As principais linhas de pesquisa de Lirola são Análise Crítica do Discurso, Gramática Funcional Sistêmica e Linguística Aplicada. Assumindo o movimento da escrita desta resenha a partir de uma leitura quase linear, o leitor é situado com uma organização do sumário que demarca a existência de dois textos que antecedem a primeira e a segunda partes do livro. Temos “Presentación del libro”, que aborda o cenário atual na sociedade do século XXI, com a defesa da necessidade de formar pessoas capazes de analisar a realidade de maneira crítica em relação ao capitalismo, à ideologia dominante e às diferentes formas de opressão. A autora afirma que, nos diversos espaços ou centros de todos os níveis educativos, não se deve aprender somente contextos que facilitam ou são utilizados como facilitadores para o ensino-aprendizagem, mas que se deve ter vivência na dinâmica do aprender como uma partilha de vida com a qual construímos relações interpessoais. Por essa razão, é necessário buscar e potencializar um equilíbrio entre os conteúdos nas aulas e os aspectos relacionados à formação integral das pessoas que contemple a necessária compreensão do trabalho com a educação emocional. A autora defende que a opção por uma educação integral implica uma educação centrada na vida e nas relações, baseada em valores que guiem as pessoas a se desenvolverem como seres humanos autônomos, com ponto de vista próprio e responsável, e a assumirem o compromisso na construção de um mundo melhor, em que a solidariedade, a justiça e a igualdade de oportunidades sejam fundamentais. Portanto, não cabe sustentar uma educação pautada unicamente nos resultados. O desenvolvimento do ensino-aprendizagem vivenciado nos espaços de formação deve constituir um ser com compreensão do exercício da cidadania tanto no âmbito local quanto no global, potente criticamente e comprometido com as relações sociais, capaz de gerenciar a diversidade de maneira democrática e de contribuir com o desenvolvimento sustentável. Portanto, a autora opta por abordagens pedagógicas que tenham um compromisso ativo com a transformação social como a Cidadania Global (ECG), a Educação Intercultural (EI), a Educação com Perspectiva de Gênero (EPG), a Educação Baseada em Direitos Humanos (EBDH), a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) e a Educação para a Paz (EP). Todas as perspectivas pedagógicas citadas estão incluídas numa pedagogia crítica, na qual o diálogo e a implicação social das pessoas assumem um papel central tanto em seu processo educativo como na sociedade. A apresentação do livro, portanto, evidencia que a perspectiva de educação adotada não é/pode ser neutra, mas sim precisa ser comprometida com a sociedade e com valores, pois todo processo educativo também deve considerar a inabalável importância da dignidade humana. É importante ressaltar que a autora convida o leitor para conhecer três referências: Paniego (2000), Cussianovich (2007) e Dolz e Rogero (2012), que elucidarão a passagem: “La formación integral de las personas ha de unir la pedagogía de la inteligencia con la del corazón[1]” (Lirola, 2022, p. 2). Ora, as três referências apontam para os temas valores, amor, cuidado e ternura, raramente contemplados em ementas de cursos de formação de professores no cenário educacional brasileiro[2]. A autora endereça o livro para professores de qualquer nível educacional interessados em melhorar suas práticas docentes, estudantes de todas as Filologias[3], Educação, Pedagogia, Comunicação, Sociologia e outras formações, assim como a qualquer pessoa interessada em questões sociais sob o viés do discurso e em distintos modelos educativos que estabelecem relações entre o que se ensina nas aulas e o que acontece na sociedade. Temos, portanto, para um público abrangente, um livro cativante, fluido, de escrita envolvente, pois o leitor se percebe “fisgado” com as interessantes provocações apresentadas pela autora e com sua facilidade de fazer associações com vivências sociais. Ainda na “Presentación del libro”, a autora explica que a obra está dividida em duas partes. A primeira se reparte em três capítulos. O primeiro é centrado na Análise Crítica do Discurso (ACD), cuja perspectiva interdisciplinar estabelece relações entre o discurso e a sociedade para desmascarar situações sociais injustas, abusos de poder, relações entre os textos e seus contextos. Ainda dentro do primeiro capítulo, mas numa segunda seção, é apresentada uma aproximação esclarecedora entre a multimodalidade e a Análise Crítica do Discurso Multimodal (ACDM). O segundo capítulo tem como objetivo apresentar as principais ideias da pedagogia crítica de Paulo Freire. A autora assinala que o modelo pedagógico de Freire concede um grande valor à educação, pois potencializa a capacidade crítica e denuncia como a educação pode oprimir as pessoas. O capítulo ainda apresenta a obra Pedagogia do Oprimido (1970), de Freire, destacando a importância do modelo educativo, expresso nessa obra, para a superação das relações de opressão, discriminação ou marginalização, e para que as pessoas sejam agentes e ativas no processo de ensino-aprendizagem e na transformação social. Conforme a autora, essas ideias se relacionam claramente com a ACD. No terceiro capítulo, são estabelecidas as relações entre a ACD e a proposta pedagógica de Paulo Freire, como: i) tanto a ACD quanto a pedagogia crítica apontam para a necessidade de construir um mundo melhor; ii) ambas reconhecem que as relações sociais devem ser justas e igualitárias para que as sociedades melhorem; iii) as duas concordam com a ideia de que se faz necessário desmascarar os mecanismos de poder que estabelecem barreiras entre as pessoas, para que as práticas educativas mais democráticas avancem, de modo que contribuam na construção de uma sociedade também cada vez mais democrática. Portanto, visibilizar as distintas formas de opressão é uma ideia fundamental para avançar na construção de processos educativos e sociedades mais justas, igualitárias e solidárias. Também no terceiro capítulo, que encerra a primeira parte, há uma introdução que apresenta, de maneira geral, as principais aplicações da ACD e da pedagogia crítica em distintas propostas didáticas como a ECG, a EI, a EPG, a EBDH, a EDS e a EP. Na segunda parte, os capítulos de quatro a dez cumprem o objetivo de abordar as aplicações didáticas da ACD e a pedagogia crítica de Freire, com mais profundidade e exemplos. Dessa forma, o quarto capítulo esclarece que a ECG é sinônimo de uma educação para o desenvolvimento de quinta geração, sendo relevante porque contribui no avanço do aluno para a compreensão de realidades sociais distintas da sua. E sinaliza que essa perspectiva também coopera para que ele aprofunde o conhecimento sobre o modo como a globalização contribui para criar diferenças entre distintos grupos sociais. O quinto capítulo, dedicado à EI, destaca a importância de uma aproximação entre as culturas para que se respeitem as diferenças culturais e haja avanço no respeito à diversidade. Ou seja, os temas globais podem ser trabalhados em diferentes culturas, inclusive naquela cuja realidade está distante de sua realidade cotidiana. Como consequência, de acordo com Lirola (2022), se o processo de ensino-aprendizagem mobilizou adequadamente o aluno quanto aos conhecimentos da ECG e da EI, ele demonstra o aprendizado, ao defender os direitos das pessoas desfavorecidas com o objetivo de melhorar aquela situação bem como de denunciar distintas formas de discriminação. O sexto capítulo, dedicado à EPG, tem como objetivo fundamental fomentar a igualdade entre mulheres e homens em todos os contextos sociais, dando visibilidade para situações sociais em que a discriminação ainda persiste, de forma a estabelecer a igualdade efetiva. A EPG trabalha, por um lado, de forma que os papéis, funções sociais e estereótipos sejam menos delimitados e, por outro, aposta em uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, de maneira a contemplar todas as mulheres e meninas. O sétimo capítulo, dedicado a problematizar situações em que os Direitos Humanos (DH) não são respeitados, propõe que os alunos conheçam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, participem de atividades que permitam reconhecer situações em que esses direitos não são respeitados e pensem em como de","PeriodicalId":42058,"journal":{"name":"Dialogia","volume":"103 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-12-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"LIROLA, María Martínez. 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Portanto, os termos centrais – educação, cidadania global, formação integral baseada em valores, competências emocionais e perspectivas educativas e democráticas – serão os fios de “ouro” que conduzirão a questionamentos em relação à ideologia dominante, ao capitalismo, às desigualdades sociais e culturais bem como às diversas formas de opressão. A potência do livro, como pauta de estudos e reflexões no cenário brasileiro, claro, está amparada na trajetória e escolhas de María Martínez Lirola ao longo da formação e em seu engajamento em diversas experiências ligadas à Educação. Ela é Doutora em Filologia Inglesa e Professora Titular de Filologia Inglesa na Universidade de Alicante; recebeu, em 2010, o Prêmio de Excelência Docente da Generalitat Valenciana (Espanha); publicou livros e capítulos de livros, artigos em revistas nacionais e internacionais, conferências; e criou e dirigiu o grupo de pesquisa Análise Crítica do Discurso Multimodal. As principais linhas de pesquisa de Lirola são Análise Crítica do Discurso, Gramática Funcional Sistêmica e Linguística Aplicada. Assumindo o movimento da escrita desta resenha a partir de uma leitura quase linear, o leitor é situado com uma organização do sumário que demarca a existência de dois textos que antecedem a primeira e a segunda partes do livro. Temos “Presentación del libro”, que aborda o cenário atual na sociedade do século XXI, com a defesa da necessidade de formar pessoas capazes de analisar a realidade de maneira crítica em relação ao capitalismo, à ideologia dominante e às diferentes formas de opressão. A autora afirma que, nos diversos espaços ou centros de todos os níveis educativos, não se deve aprender somente contextos que facilitam ou são utilizados como facilitadores para o ensino-aprendizagem, mas que se deve ter vivência na dinâmica do aprender como uma partilha de vida com a qual construímos relações interpessoais. Por essa razão, é necessário buscar e potencializar um equilíbrio entre os conteúdos nas aulas e os aspectos relacionados à formação integral das pessoas que contemple a necessária compreensão do trabalho com a educação emocional. A autora defende que a opção por uma educação integral implica uma educação centrada na vida e nas relações, baseada em valores que guiem as pessoas a se desenvolverem como seres humanos autônomos, com ponto de vista próprio e responsável, e a assumirem o compromisso na construção de um mundo melhor, em que a solidariedade, a justiça e a igualdade de oportunidades sejam fundamentais. Portanto, não cabe sustentar uma educação pautada unicamente nos resultados. O desenvolvimento do ensino-aprendizagem vivenciado nos espaços de formação deve constituir um ser com compreensão do exercício da cidadania tanto no âmbito local quanto no global, potente criticamente e comprometido com as relações sociais, capaz de gerenciar a diversidade de maneira democrática e de contribuir com o desenvolvimento sustentável. Portanto, a autora opta por abordagens pedagógicas que tenham um compromisso ativo com a transformação social como a Cidadania Global (ECG), a Educação Intercultural (EI), a Educação com Perspectiva de Gênero (EPG), a Educação Baseada em Direitos Humanos (EBDH), a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) e a Educação para a Paz (EP). Todas as perspectivas pedagógicas citadas estão incluídas numa pedagogia crítica, na qual o diálogo e a implicação social das pessoas assumem um papel central tanto em seu processo educativo como na sociedade. A apresentação do livro, portanto, evidencia que a perspectiva de educação adotada não é/pode ser neutra, mas sim precisa ser comprometida com a sociedade e com valores, pois todo processo educativo também deve considerar a inabalável importância da dignidade humana. É importante ressaltar que a autora convida o leitor para conhecer três referências: Paniego (2000), Cussianovich (2007) e Dolz e Rogero (2012), que elucidarão a passagem: “La formación integral de las personas ha de unir la pedagogía de la inteligencia con la del corazón[1]” (Lirola, 2022, p. 2). Ora, as três referências apontam para os temas valores, amor, cuidado e ternura, raramente contemplados em ementas de cursos de formação de professores no cenário educacional brasileiro[2]. A autora endereça o livro para professores de qualquer nível educacional interessados em melhorar suas práticas docentes, estudantes de todas as Filologias[3], Educação, Pedagogia, Comunicação, Sociologia e outras formações, assim como a qualquer pessoa interessada em questões sociais sob o viés do discurso e em distintos modelos educativos que estabelecem relações entre o que se ensina nas aulas e o que acontece na sociedade. Temos, portanto, para um público abrangente, um livro cativante, fluido, de escrita envolvente, pois o leitor se percebe “fisgado” com as interessantes provocações apresentadas pela autora e com sua facilidade de fazer associações com vivências sociais. Ainda na “Presentación del libro”, a autora explica que a obra está dividida em duas partes. A primeira se reparte em três capítulos. O primeiro é centrado na Análise Crítica do Discurso (ACD), cuja perspectiva interdisciplinar estabelece relações entre o discurso e a sociedade para desmascarar situações sociais injustas, abusos de poder, relações entre os textos e seus contextos. Ainda dentro do primeiro capítulo, mas numa segunda seção, é apresentada uma aproximação esclarecedora entre a multimodalidade e a Análise Crítica do Discurso Multimodal (ACDM). O segundo capítulo tem como objetivo apresentar as principais ideias da pedagogia crítica de Paulo Freire. A autora assinala que o modelo pedagógico de Freire concede um grande valor à educação, pois potencializa a capacidade crítica e denuncia como a educação pode oprimir as pessoas. 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O sexto capítulo, dedicado à EPG, tem como objetivo fundamental fomentar a igualdade entre mulheres e homens em todos os contextos sociais, dando visibilidade para situações sociais em que a discriminação ainda persiste, de forma a estabelecer a igualdade efetiva. A EPG trabalha, por um lado, de forma que os papéis, funções sociais e estereótipos sejam menos delimitados e, por outro, aposta em uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, de maneira a contemplar todas as mulheres e meninas. 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摘要

第七章专门讨论人权(HR)不受尊重的情况,建议学生了解《世界人权宣言》,参加各种活动,认识人权不受尊重的情况,并思考如何解决这些问题。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
LIROLA, María Martínez. El análisis crítico del discurso y la pedagogía crítica
O livro El análisis crítico del discurso y la pedagogía crítica: explorando sus relaciones y sus aplicaciones didácticas, de María Martínez Lirola, publicado em 2022 pela editora Comares, ainda sem tradução para o português, estabelece aproximação e relevância inequívoca com cenários educacionais brasileiros (em todos os segmentos da Educação Básica e no Ensino Superior). A autora declara dois objetivos com a produção: i) contribuir para distintas propostas pedagógicas que apostam na educação por uma sociedade melhor; e ii) colaborar com a formação para a cidadania global e para a justiça social, de forma que os alunos assumam um papel central em sua formação e atuem como agentes ativos de mudanças sociais. Portanto, os termos centrais – educação, cidadania global, formação integral baseada em valores, competências emocionais e perspectivas educativas e democráticas – serão os fios de “ouro” que conduzirão a questionamentos em relação à ideologia dominante, ao capitalismo, às desigualdades sociais e culturais bem como às diversas formas de opressão. A potência do livro, como pauta de estudos e reflexões no cenário brasileiro, claro, está amparada na trajetória e escolhas de María Martínez Lirola ao longo da formação e em seu engajamento em diversas experiências ligadas à Educação. Ela é Doutora em Filologia Inglesa e Professora Titular de Filologia Inglesa na Universidade de Alicante; recebeu, em 2010, o Prêmio de Excelência Docente da Generalitat Valenciana (Espanha); publicou livros e capítulos de livros, artigos em revistas nacionais e internacionais, conferências; e criou e dirigiu o grupo de pesquisa Análise Crítica do Discurso Multimodal. As principais linhas de pesquisa de Lirola são Análise Crítica do Discurso, Gramática Funcional Sistêmica e Linguística Aplicada. Assumindo o movimento da escrita desta resenha a partir de uma leitura quase linear, o leitor é situado com uma organização do sumário que demarca a existência de dois textos que antecedem a primeira e a segunda partes do livro. Temos “Presentación del libro”, que aborda o cenário atual na sociedade do século XXI, com a defesa da necessidade de formar pessoas capazes de analisar a realidade de maneira crítica em relação ao capitalismo, à ideologia dominante e às diferentes formas de opressão. A autora afirma que, nos diversos espaços ou centros de todos os níveis educativos, não se deve aprender somente contextos que facilitam ou são utilizados como facilitadores para o ensino-aprendizagem, mas que se deve ter vivência na dinâmica do aprender como uma partilha de vida com a qual construímos relações interpessoais. Por essa razão, é necessário buscar e potencializar um equilíbrio entre os conteúdos nas aulas e os aspectos relacionados à formação integral das pessoas que contemple a necessária compreensão do trabalho com a educação emocional. A autora defende que a opção por uma educação integral implica uma educação centrada na vida e nas relações, baseada em valores que guiem as pessoas a se desenvolverem como seres humanos autônomos, com ponto de vista próprio e responsável, e a assumirem o compromisso na construção de um mundo melhor, em que a solidariedade, a justiça e a igualdade de oportunidades sejam fundamentais. Portanto, não cabe sustentar uma educação pautada unicamente nos resultados. O desenvolvimento do ensino-aprendizagem vivenciado nos espaços de formação deve constituir um ser com compreensão do exercício da cidadania tanto no âmbito local quanto no global, potente criticamente e comprometido com as relações sociais, capaz de gerenciar a diversidade de maneira democrática e de contribuir com o desenvolvimento sustentável. Portanto, a autora opta por abordagens pedagógicas que tenham um compromisso ativo com a transformação social como a Cidadania Global (ECG), a Educação Intercultural (EI), a Educação com Perspectiva de Gênero (EPG), a Educação Baseada em Direitos Humanos (EBDH), a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) e a Educação para a Paz (EP). Todas as perspectivas pedagógicas citadas estão incluídas numa pedagogia crítica, na qual o diálogo e a implicação social das pessoas assumem um papel central tanto em seu processo educativo como na sociedade. A apresentação do livro, portanto, evidencia que a perspectiva de educação adotada não é/pode ser neutra, mas sim precisa ser comprometida com a sociedade e com valores, pois todo processo educativo também deve considerar a inabalável importância da dignidade humana. É importante ressaltar que a autora convida o leitor para conhecer três referências: Paniego (2000), Cussianovich (2007) e Dolz e Rogero (2012), que elucidarão a passagem: “La formación integral de las personas ha de unir la pedagogía de la inteligencia con la del corazón[1]” (Lirola, 2022, p. 2). Ora, as três referências apontam para os temas valores, amor, cuidado e ternura, raramente contemplados em ementas de cursos de formação de professores no cenário educacional brasileiro[2]. A autora endereça o livro para professores de qualquer nível educacional interessados em melhorar suas práticas docentes, estudantes de todas as Filologias[3], Educação, Pedagogia, Comunicação, Sociologia e outras formações, assim como a qualquer pessoa interessada em questões sociais sob o viés do discurso e em distintos modelos educativos que estabelecem relações entre o que se ensina nas aulas e o que acontece na sociedade. Temos, portanto, para um público abrangente, um livro cativante, fluido, de escrita envolvente, pois o leitor se percebe “fisgado” com as interessantes provocações apresentadas pela autora e com sua facilidade de fazer associações com vivências sociais. Ainda na “Presentación del libro”, a autora explica que a obra está dividida em duas partes. A primeira se reparte em três capítulos. O primeiro é centrado na Análise Crítica do Discurso (ACD), cuja perspectiva interdisciplinar estabelece relações entre o discurso e a sociedade para desmascarar situações sociais injustas, abusos de poder, relações entre os textos e seus contextos. Ainda dentro do primeiro capítulo, mas numa segunda seção, é apresentada uma aproximação esclarecedora entre a multimodalidade e a Análise Crítica do Discurso Multimodal (ACDM). O segundo capítulo tem como objetivo apresentar as principais ideias da pedagogia crítica de Paulo Freire. A autora assinala que o modelo pedagógico de Freire concede um grande valor à educação, pois potencializa a capacidade crítica e denuncia como a educação pode oprimir as pessoas. O capítulo ainda apresenta a obra Pedagogia do Oprimido (1970), de Freire, destacando a importância do modelo educativo, expresso nessa obra, para a superação das relações de opressão, discriminação ou marginalização, e para que as pessoas sejam agentes e ativas no processo de ensino-aprendizagem e na transformação social. Conforme a autora, essas ideias se relacionam claramente com a ACD. No terceiro capítulo, são estabelecidas as relações entre a ACD e a proposta pedagógica de Paulo Freire, como: i) tanto a ACD quanto a pedagogia crítica apontam para a necessidade de construir um mundo melhor; ii) ambas reconhecem que as relações sociais devem ser justas e igualitárias para que as sociedades melhorem; iii) as duas concordam com a ideia de que se faz necessário desmascarar os mecanismos de poder que estabelecem barreiras entre as pessoas, para que as práticas educativas mais democráticas avancem, de modo que contribuam na construção de uma sociedade também cada vez mais democrática. Portanto, visibilizar as distintas formas de opressão é uma ideia fundamental para avançar na construção de processos educativos e sociedades mais justas, igualitárias e solidárias. Também no terceiro capítulo, que encerra a primeira parte, há uma introdução que apresenta, de maneira geral, as principais aplicações da ACD e da pedagogia crítica em distintas propostas didáticas como a ECG, a EI, a EPG, a EBDH, a EDS e a EP. Na segunda parte, os capítulos de quatro a dez cumprem o objetivo de abordar as aplicações didáticas da ACD e a pedagogia crítica de Freire, com mais profundidade e exemplos. Dessa forma, o quarto capítulo esclarece que a ECG é sinônimo de uma educação para o desenvolvimento de quinta geração, sendo relevante porque contribui no avanço do aluno para a compreensão de realidades sociais distintas da sua. E sinaliza que essa perspectiva também coopera para que ele aprofunde o conhecimento sobre o modo como a globalização contribui para criar diferenças entre distintos grupos sociais. O quinto capítulo, dedicado à EI, destaca a importância de uma aproximação entre as culturas para que se respeitem as diferenças culturais e haja avanço no respeito à diversidade. Ou seja, os temas globais podem ser trabalhados em diferentes culturas, inclusive naquela cuja realidade está distante de sua realidade cotidiana. Como consequência, de acordo com Lirola (2022), se o processo de ensino-aprendizagem mobilizou adequadamente o aluno quanto aos conhecimentos da ECG e da EI, ele demonstra o aprendizado, ao defender os direitos das pessoas desfavorecidas com o objetivo de melhorar aquela situação bem como de denunciar distintas formas de discriminação. O sexto capítulo, dedicado à EPG, tem como objetivo fundamental fomentar a igualdade entre mulheres e homens em todos os contextos sociais, dando visibilidade para situações sociais em que a discriminação ainda persiste, de forma a estabelecer a igualdade efetiva. A EPG trabalha, por um lado, de forma que os papéis, funções sociais e estereótipos sejam menos delimitados e, por outro, aposta em uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, de maneira a contemplar todas as mulheres e meninas. O sétimo capítulo, dedicado a problematizar situações em que os Direitos Humanos (DH) não são respeitados, propõe que os alunos conheçam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, participem de atividades que permitam reconhecer situações em que esses direitos não são respeitados e pensem em como de
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