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Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com coordenadores UAB e gestores de unidades de educação a distância das UFs investigadas. A discussão deste tema contemplou autores que analisam as políticas públicas de educação superior e de educação a distância nos contextos social, político e econômico brasileiro. Considera-se que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é um princípio que deveria ser estendido também à EaD, propiciando uma formação acadêmico-crítica que permitisse romper com a lógica mercadológica que historicamente tem orientado a oferta dos cursos a distância. A pesquisa quantitativa obteve retorno de 81,6% das universidades federais que possuem cursos de graduação ativos no Sistema UAB, distribuídas por todas as regiões geográficas. A análise dos dados quantitativos demonstrou a dependência do financiamento do Sistema UAB por parte da maior parte das universidades participantes da pesquisa (65%). Também nas entrevistas este Sistema tem sido apontado como um dos maiores desafios para a institucionalização, colocando em xeque a autonomia universitária. Com relação à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, 65% das UFs consideram que esta tem sido parcialmente garantida, em contraste com 22,5% que acreditam totalmente e 12,5% que não acreditam. As entrevistas demonstraram a fragilidade desse princípio na EaD, devido sobretudo a dificuldades institucionais e financeiras na implementação de bolsas de ensino, pesquisa e extensão para alunos da modalidade. 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INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Esta tese teve por objetivo analisar o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão na Educação a Distância (EaD), a partir da perspectiva de institucionalização dessa modalidade nas universidades federais brasileiras. Por meio de uma pesquisa exploratória de natureza quantitativa e qualitativa, buscou-se: (1) mapear as universidades federais que ofertam cursos de graduação no âmbito da UAB; (2) identificar e analisar as dimensões envolvidas nos processos de institucionalização; (3) verificar a oferta de ações de ensino, pesquisa e extensão nos cursos a distância; e (4) compreender qualitativamente a relação entre a institucionalização e a promoção da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com coordenadores UAB e gestores de unidades de educação a distância das UFs investigadas. A discussão deste tema contemplou autores que analisam as políticas públicas de educação superior e de educação a distância nos contextos social, político e econômico brasileiro. Considera-se que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é um princípio que deveria ser estendido também à EaD, propiciando uma formação acadêmico-crítica que permitisse romper com a lógica mercadológica que historicamente tem orientado a oferta dos cursos a distância. A pesquisa quantitativa obteve retorno de 81,6% das universidades federais que possuem cursos de graduação ativos no Sistema UAB, distribuídas por todas as regiões geográficas. A análise dos dados quantitativos demonstrou a dependência do financiamento do Sistema UAB por parte da maior parte das universidades participantes da pesquisa (65%). Também nas entrevistas este Sistema tem sido apontado como um dos maiores desafios para a institucionalização, colocando em xeque a autonomia universitária. Com relação à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, 65% das UFs consideram que esta tem sido parcialmente garantida, em contraste com 22,5% que acreditam totalmente e 12,5% que não acreditam. As entrevistas demonstraram a fragilidade desse princípio na EaD, devido sobretudo a dificuldades institucionais e financeiras na implementação de bolsas de ensino, pesquisa e extensão para alunos da modalidade. Diante das análises realizadas, demonstrou-se que a institucionalização da modalidade e a independência do Sistema UAB são processos necessários para, efetivamente, garantir a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão na EaD.