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Iniciamos este trabalho questionando o porquê de o conceito de intuição não fazer parte da metapsicologia de Freud. Após pesquisa, a autora coloca como hipótese de que Freud, preocupado em tornar a psicanálise numa ciência credível e diferente de todas as outras, não formulou o conceito, na época utilizado e aprofundado pelos filósofos. Com Sigmund Freud (1856–1939), surge a psicanálise como um método de tratamento psíquico e de investigação do inconsciente. Para Freud, os sonhos são a via real de acesso ao inconsciente. Posteriormente, Melanie Klein (1946) introduz o conceito de identificação projetiva e Donald Winnicott (1956) descreve a relação analítica à semelhança da relação mãe/bebé. Wilfred Bion (1962), integrando as teorias de Klein e Winnicott, descreve o conceito de rêverie, e a psicanálise integra a noção de intersubjetividade. André Green (1989) descreve o conceito de tiercéité, que é posteriormente desenvolvido por Thomas Ogden (1994), ao designar o terceiro analítico, ilustrando como na relação analítica analista e analisando são modificados pela experiência conjunta da díade. Nesta perspetiva, a autora considera a intuição do psicanalista um mecanismo inconsciente, resultado da intersubjetividade na díade, e que atualmente faz sentido estar integrado no Dicionário de Psicanálise.