Gregory da Silva Balthazar, Livia de Rezende Cardoso, Lydia Huerta Moreno
{"title":"建立星空:教育研究中图像的方法论可能性","authors":"Gregory da Silva Balthazar, Livia de Rezende Cardoso, Lydia Huerta Moreno","doi":"10.4025/actascieduc.v45i1.65150","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A presente escrita é um esforço de realçar possibilidades metodológicas frente ao trabalho infinito diante da imagem, uma vez que, como bem nos ensinou Foucault, existe uma relação incontornável de irredutibilidade da imagem à palavra, e desta àquela. Com efeito, e a partir das teorizações arquegenealógicas foucaultianas, objetivamos delinear alguns caminhos metodológicos para pensarmos em uma pedagogia ética do olhar diante da imagem. Para tanto, argumentamos sobre a potência metodológica de uma arqueologia do saber das imagens, isto é, um exercício genealógico de pensar a multiplicidade de sentidos sobre e com imagens na tessitura do conceito de montagem proposto por Georges Didi-Huberman: os modos como as imagens, enquanto entes estelares singulares, nos permitem produzir, quando colocadas lado a lado, como em uma espécie de novos desenhos constelares, possíveis aprendizagens de resistências, de zonas de respiro, de espaços de criação do pensamento. Seguindo suas pistas, a partir de sua análise do Atlas Mnemosyne do historiador da arte alemão Aby Warburg, entendemos a montagem como um movimento genealógico que procura enfatizar o trabalho infinito diante de uma imagem, um exercício que nos permita pensar diferentemente o que somos e o que podemos vir a ser. Nesse bailado cintilante, a montagem tenta apreender a dança sobrevivente e anacrônica que é a historicidade mesma do acontecimento que é a imagem – aparecimentos, destruição e renascimentos, ou melhor, uma arqueologia do saber da e sobre a imagem que impõe à ordem do saber uma dupla condição: o inesgotável da imagem – a exuberância de seu aparecimento, o modo como nos abre para além do já sabido – e o abismal da imagem – as dimensões da imagem que se fazem irredutíveis à provisoriedade do ato de olhar, um não-saber que é intransponível ao nosso olhar diante da sobrevivência que fazem as imagens pulsar como entes vivos.","PeriodicalId":30216,"journal":{"name":"Acta Scientiarum Education","volume":"131 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Montar um céu estrelado: possibilidades metodológicas com imagens na pesquisa em educação\",\"authors\":\"Gregory da Silva Balthazar, Livia de Rezende Cardoso, Lydia Huerta Moreno\",\"doi\":\"10.4025/actascieduc.v45i1.65150\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A presente escrita é um esforço de realçar possibilidades metodológicas frente ao trabalho infinito diante da imagem, uma vez que, como bem nos ensinou Foucault, existe uma relação incontornável de irredutibilidade da imagem à palavra, e desta àquela. Com efeito, e a partir das teorizações arquegenealógicas foucaultianas, objetivamos delinear alguns caminhos metodológicos para pensarmos em uma pedagogia ética do olhar diante da imagem. Para tanto, argumentamos sobre a potência metodológica de uma arqueologia do saber das imagens, isto é, um exercício genealógico de pensar a multiplicidade de sentidos sobre e com imagens na tessitura do conceito de montagem proposto por Georges Didi-Huberman: os modos como as imagens, enquanto entes estelares singulares, nos permitem produzir, quando colocadas lado a lado, como em uma espécie de novos desenhos constelares, possíveis aprendizagens de resistências, de zonas de respiro, de espaços de criação do pensamento. Seguindo suas pistas, a partir de sua análise do Atlas Mnemosyne do historiador da arte alemão Aby Warburg, entendemos a montagem como um movimento genealógico que procura enfatizar o trabalho infinito diante de uma imagem, um exercício que nos permita pensar diferentemente o que somos e o que podemos vir a ser. Nesse bailado cintilante, a montagem tenta apreender a dança sobrevivente e anacrônica que é a historicidade mesma do acontecimento que é a imagem – aparecimentos, destruição e renascimentos, ou melhor, uma arqueologia do saber da e sobre a imagem que impõe à ordem do saber uma dupla condição: o inesgotável da imagem – a exuberância de seu aparecimento, o modo como nos abre para além do já sabido – e o abismal da imagem – as dimensões da imagem que se fazem irredutíveis à provisoriedade do ato de olhar, um não-saber que é intransponível ao nosso olhar diante da sobrevivência que fazem as imagens pulsar como entes vivos.\",\"PeriodicalId\":30216,\"journal\":{\"name\":\"Acta Scientiarum Education\",\"volume\":\"131 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-08-09\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Acta Scientiarum Education\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.4025/actascieduc.v45i1.65150\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Acta Scientiarum Education","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4025/actascieduc.v45i1.65150","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Montar um céu estrelado: possibilidades metodológicas com imagens na pesquisa em educação
A presente escrita é um esforço de realçar possibilidades metodológicas frente ao trabalho infinito diante da imagem, uma vez que, como bem nos ensinou Foucault, existe uma relação incontornável de irredutibilidade da imagem à palavra, e desta àquela. Com efeito, e a partir das teorizações arquegenealógicas foucaultianas, objetivamos delinear alguns caminhos metodológicos para pensarmos em uma pedagogia ética do olhar diante da imagem. Para tanto, argumentamos sobre a potência metodológica de uma arqueologia do saber das imagens, isto é, um exercício genealógico de pensar a multiplicidade de sentidos sobre e com imagens na tessitura do conceito de montagem proposto por Georges Didi-Huberman: os modos como as imagens, enquanto entes estelares singulares, nos permitem produzir, quando colocadas lado a lado, como em uma espécie de novos desenhos constelares, possíveis aprendizagens de resistências, de zonas de respiro, de espaços de criação do pensamento. Seguindo suas pistas, a partir de sua análise do Atlas Mnemosyne do historiador da arte alemão Aby Warburg, entendemos a montagem como um movimento genealógico que procura enfatizar o trabalho infinito diante de uma imagem, um exercício que nos permita pensar diferentemente o que somos e o que podemos vir a ser. Nesse bailado cintilante, a montagem tenta apreender a dança sobrevivente e anacrônica que é a historicidade mesma do acontecimento que é a imagem – aparecimentos, destruição e renascimentos, ou melhor, uma arqueologia do saber da e sobre a imagem que impõe à ordem do saber uma dupla condição: o inesgotável da imagem – a exuberância de seu aparecimento, o modo como nos abre para além do já sabido – e o abismal da imagem – as dimensões da imagem que se fazem irredutíveis à provisoriedade do ato de olhar, um não-saber que é intransponível ao nosso olhar diante da sobrevivência que fazem as imagens pulsar como entes vivos.