长寿和产妇:里约热内卢州按年龄分列的间接原因产妇死亡率分析

Mariana Ponciano Oliveira Martins, Raquel Luiz Queres, Vitoria Azevedo Costa, Edna Massae Yokoo, Hélia Kawa
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No entanto, os dados atuais mostram que a RMM no Brasil em 2021 foi de 107, indicando que ainda há um longo caminho a percorrer. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade materna por causas indiretas (MMI) no estado do Rio de Janeiro (RJ) no período de 2005 a 2021. Metodologia: A análise foi realizada com base nos dados de nascidos vivos e óbitos maternos disponíveis na base de dados da Secretaria de Saúde do RJ, acessíveis pela internet. Foi calculada a razão de mortalidade materna por causas indiretas por 100.000 nascidos vivos (RMMI). As mulheres foram agrupadas em dois grupos: aquelas com idade igual ou superior a 35 anos (≥35) e as das demais faixas etárias (DFE). A RMMI foi calculada dividindo o número de MMI pelo número de nascidos vivos e multiplicando por 100.000. Também foram analisadas as causas mais frequentes de MMI de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-X), do capítulo XV, em mulheres com idade ≥35 anos, além do número de consultas pré-natal realizadas nos dois grupos etários. Resultados: Durante todo o período analisado, a RMMI foi maior nas mulheres com idade ≥35 anos, variando de 12,6 a 166,1, enquanto nas DFE variou de 9,5 a 106,4. Houve uma diferença significativa na RMMI entre os dois grupos de 2006 a 2010, sendo até três vezes maior nas mulheres com idade ≥35 anos, exceto em 2008. Em 2009, ano da epidemia de influenza no Brasil, a RMMI no grupo ≥35 anos foi de 87,7 e nas DFE foi de 36. Esse ano foi responsável pelas maiores razões de mortalidade materna, excluindo-se os anos de 2020 e 2021. Em 2020 e 2021, houve um aumento expressivo das razões de MMI (2021: DFE=106,4 e ≥35 anos=166,1), que coincidiu com a pandemia de COVID-19, uma vez que as gestantes e puérperas são mais vulneráveis à infecção. As principais causas de MMI no período de 2005 a 2019 foram classificadas como CID O99 (doenças que não se enquadram em outras categorias), com pico em 2009 (RMMI=51,8). Nos anos de 2020 e 2021, houve destaque para o CID O98 (doenças infecciosas e parasitárias), com RMMI de 65,8 e 154,3, respectivamente. O CID O99 engloba as complicações decorrentes do vírus Influenza, enquanto o CID O98 refere-se às complicações da infecção pelo SARS-CoV-2. Os CID O10 (hipertensão) e O24 (diabetes mellitus) apresentaram uma grande variação na RMMI, com um máximo de 20,5, sendo causas relevantes de mortalidade. As mulheres com idade ≥35 anos apresentaram uma frequência maior de consultas pré-natal, com 7 consultas ou mais (o mínimo preconizado pelo Ministério da Saúde é de 6), cerca de 10% a mais do que as DFE no período analisado. O percentual de mulheres com idade ≥35 anos e com ≥7 consultas aumentou 9% ao longo do período, atingindo 81% em 2019. Conclusão: Mulheres com idade ≥35 anos apresentaram uma RMMI maior durante todo o período analisado, mesmo com uma maior frequência de consultas pré-natal. Os valores da RMMI têm influência direta na RMM, que ainda está distante das metas propostas pela ONU, constituindo relevante problema de saúde pública. 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摘要

导言:巴西人口老龄化和妇女生育较晚的趋势是给产妇健康带来挑战的现实。高龄与慢性疾病风险增加有关,慢性疾病可导致产妇间接死亡,定义为妊娠前疾病或在此期间发生的疾病造成的死亡。联合国通过千年发展目标(mdgs)制定的目标表明,到2015年,孕产妇死亡率将低于每10万活产35人。然而,目前的数据显示,2021年巴西的mmr为107,这表明仍有很长的路要走。目的:本研究的目的是分析2005年至2021年里约热内卢州间接原因造成的产妇死亡率。方法:分析是根据里约热内卢卫生秘书处数据库中提供的活产和产妇死亡数据进行的,该数据库可通过互联网访问。计算了每10万活产间接孕产妇死亡率(RMMI)。妇女被分为两组:年龄大于或等于35岁(≥35)和其他年龄组(DFE)。RMMI的计算方法是将MMI的数量除以活产的数量,再乘以10万。根据国际疾病分类(icd -X)第十五章,对年龄≥35岁的妇女进行MMI最常见的原因分析,并对两个年龄组进行产前咨询的次数进行分析。结果:在整个分析期间,≥35岁的女性的RMMI较高,范围为12.6 ~ 166.1,而fes的RMMI范围为9.5 ~ 106.4。2006年至2010年,两组的RMMI差异显著,除2008年外,≥35岁的女性的RMMI差异高达3倍。2009年,即巴西流感流行的那一年,≥35岁年龄组的RMMI为87.7,DFE为36。这一年是孕产妇死亡的主要原因,不包括2020年和2021年。2020年和2021年,MMI比率显著增加(2021年:DFE= 106.4,≥35年= 166.1),这与COVID-19大流行同时发生,因为孕妇和产后妇女更容易受到感染。2005年至2019年期间MMI的主要原因被归类为icd O99(不属于其他类别的疾病),2009年达到高峰(RMMI= 51.8)。在2020年和2021年,重点是icd O98(传染病和寄生虫病),RMMI分别为65.8和155.3。icd O99包括流感病毒引起的并发症,而icd O98涉及SARS-CoV-2感染的并发症。icd O10(高血压)和O24(糖尿病)的RMMI差异很大,最高可达20.5,是死亡的相关原因。≥35岁的妇女进行产前咨询的频率较高,7次或7次以上(卫生部建议的最低咨询为6次),比分析期间的DFE高出约10%。在此期间,≥35岁和≥7次就诊的女性比例增加了9%,2019年达到81%。结论:年龄≥35岁的女性在整个分析期间表现出更高的RMMI,即使产前咨询的频率更高。RMMI值对RMMI有直接影响,RMMI仍远未达到联合国提出的目标,是一个相关的公共卫生问题。必须寻求适当的老年妇女慢性病预防、诊断和管理战略,以降低巴西间接原因造成的孕产妇死亡率,并取得更好的孕产妇保健成果。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Longevidade e maternidade: análise da mortalidade materna por causas indiretas segundo faixa etária no estado do Rio de Janeiro
Introdução: O envelhecimento populacional e a tendência das mulheres em ter filhos mais tarde no Brasil são realidades que trazem desafios para a saúde materna. A idade avançada está associada a um maior risco de doenças crônicas, que podem levar a mortes maternas por causas indiretas (MMI), definidas como óbitos causados por doenças preexistentes à gestação ou que se desenvolveram durante esse período. As metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) sugeriram que a razão de mortalidade materna (RMM) fosse inferior a 35 por 100.000 nascidos vivos até 2015. No entanto, os dados atuais mostram que a RMM no Brasil em 2021 foi de 107, indicando que ainda há um longo caminho a percorrer. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade materna por causas indiretas (MMI) no estado do Rio de Janeiro (RJ) no período de 2005 a 2021. Metodologia: A análise foi realizada com base nos dados de nascidos vivos e óbitos maternos disponíveis na base de dados da Secretaria de Saúde do RJ, acessíveis pela internet. Foi calculada a razão de mortalidade materna por causas indiretas por 100.000 nascidos vivos (RMMI). As mulheres foram agrupadas em dois grupos: aquelas com idade igual ou superior a 35 anos (≥35) e as das demais faixas etárias (DFE). A RMMI foi calculada dividindo o número de MMI pelo número de nascidos vivos e multiplicando por 100.000. Também foram analisadas as causas mais frequentes de MMI de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-X), do capítulo XV, em mulheres com idade ≥35 anos, além do número de consultas pré-natal realizadas nos dois grupos etários. Resultados: Durante todo o período analisado, a RMMI foi maior nas mulheres com idade ≥35 anos, variando de 12,6 a 166,1, enquanto nas DFE variou de 9,5 a 106,4. Houve uma diferença significativa na RMMI entre os dois grupos de 2006 a 2010, sendo até três vezes maior nas mulheres com idade ≥35 anos, exceto em 2008. Em 2009, ano da epidemia de influenza no Brasil, a RMMI no grupo ≥35 anos foi de 87,7 e nas DFE foi de 36. Esse ano foi responsável pelas maiores razões de mortalidade materna, excluindo-se os anos de 2020 e 2021. Em 2020 e 2021, houve um aumento expressivo das razões de MMI (2021: DFE=106,4 e ≥35 anos=166,1), que coincidiu com a pandemia de COVID-19, uma vez que as gestantes e puérperas são mais vulneráveis à infecção. As principais causas de MMI no período de 2005 a 2019 foram classificadas como CID O99 (doenças que não se enquadram em outras categorias), com pico em 2009 (RMMI=51,8). Nos anos de 2020 e 2021, houve destaque para o CID O98 (doenças infecciosas e parasitárias), com RMMI de 65,8 e 154,3, respectivamente. O CID O99 engloba as complicações decorrentes do vírus Influenza, enquanto o CID O98 refere-se às complicações da infecção pelo SARS-CoV-2. Os CID O10 (hipertensão) e O24 (diabetes mellitus) apresentaram uma grande variação na RMMI, com um máximo de 20,5, sendo causas relevantes de mortalidade. As mulheres com idade ≥35 anos apresentaram uma frequência maior de consultas pré-natal, com 7 consultas ou mais (o mínimo preconizado pelo Ministério da Saúde é de 6), cerca de 10% a mais do que as DFE no período analisado. O percentual de mulheres com idade ≥35 anos e com ≥7 consultas aumentou 9% ao longo do período, atingindo 81% em 2019. Conclusão: Mulheres com idade ≥35 anos apresentaram uma RMMI maior durante todo o período analisado, mesmo com uma maior frequência de consultas pré-natal. Os valores da RMMI têm influência direta na RMM, que ainda está distante das metas propostas pela ONU, constituindo relevante problema de saúde pública. É necessário buscar estratégias de prevenção, diagnóstico e manejo adequados das doenças crônicas em mulheres mais velhas, a fim de reduzir a mortalidade materna por causas indiretas e alcançar melhores resultados de saúde materna no Brasil.
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