Gabriella de Oliveira Flor Ferreira, Leticia Freitas Simões, Aylana Ramos Gomes de Oliveira, Fátima Regina Dias de Miranda, Célia Regina da Silva, Carolina Junqueira Allage, Denise Leite Maia Monteiro
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Gestantes nas faixas etárias de 10–14 e 15–19 anos foram comparadas com mães entre 20-34 anos (grupo de comparação). Excluíram-se as informações dos registros do SINASC com idade gestacional inferior a 22 semanas e com idade desconhecida, e calculou-se a frequência de prematuridade em cada grupo etário. Resultados: O total de nascidos vivos (NV) prematuros de mães adolescentes em 2000 foi de 55.851, e a soma dos prematuros entre 2018–2019 foi de 107.665. Em 2000, a quantidade de bebês nascidos com menos de 37 semanas representou 10% (2.864) dos NV entre mães adolescentes de 10–14 anos, 7,5% (52.987) entre 15–19 anos e 6,2% (132.342) entre 20–34 anos. No biênio 2018–2019, esses números foram 17,7% (3.658), 12,3% (52.519) e 10,3% (205.831), respectivamente. A chance de prematuridade foi maior entre 10–14 anos, 88% [p<0,001; OR 1,88 (IC95% 1,82–1,95)], do que entre 15–19 anos, representando 22% [p<0,001; OR 1,22 (IC95% 1,21–1,24)] quando comparadas com o grupo de 20–34 anos. Houve um aumento da taxa de prematuridade no período estudado de 76,2% entre 10–14 anos, 64% entre 15–19 anos e 66,1% entre 20–34 anos. Conclusão: Observou-se um aumento no número de nascidos vivos prematuros no biênio 2018–2019, quando comparado com o ano 2000. Nota-se maior taxa de prematuridade nas adolescentes de 10 a 14 anos, quando comparada com as de 15–19 e de 20–34 anos. 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Prevalência de nascimentos prematuros em gestações de adolescentes
Introdução: A gravidez na adolescência pode estar associada a desfechos gestacionais desfavoráveis, especialmente em gestantes mais jovens. A prematuridade configura-se como a principal complicação perinatal, e na adolescência, pode estar relacionada à qualidade da assistência pré-natal e/ou condições socioeconômicas adversas. Objetivo: Comparar a taxa de prematuridade em gestantes adolescentes no ano 2000 com o biênio 2018–2019. Método: Estudo com desenho transversal, realizado por meio da busca de informações no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Gestantes nas faixas etárias de 10–14 e 15–19 anos foram comparadas com mães entre 20-34 anos (grupo de comparação). Excluíram-se as informações dos registros do SINASC com idade gestacional inferior a 22 semanas e com idade desconhecida, e calculou-se a frequência de prematuridade em cada grupo etário. Resultados: O total de nascidos vivos (NV) prematuros de mães adolescentes em 2000 foi de 55.851, e a soma dos prematuros entre 2018–2019 foi de 107.665. Em 2000, a quantidade de bebês nascidos com menos de 37 semanas representou 10% (2.864) dos NV entre mães adolescentes de 10–14 anos, 7,5% (52.987) entre 15–19 anos e 6,2% (132.342) entre 20–34 anos. No biênio 2018–2019, esses números foram 17,7% (3.658), 12,3% (52.519) e 10,3% (205.831), respectivamente. A chance de prematuridade foi maior entre 10–14 anos, 88% [p<0,001; OR 1,88 (IC95% 1,82–1,95)], do que entre 15–19 anos, representando 22% [p<0,001; OR 1,22 (IC95% 1,21–1,24)] quando comparadas com o grupo de 20–34 anos. Houve um aumento da taxa de prematuridade no período estudado de 76,2% entre 10–14 anos, 64% entre 15–19 anos e 66,1% entre 20–34 anos. Conclusão: Observou-se um aumento no número de nascidos vivos prematuros no biênio 2018–2019, quando comparado com o ano 2000. Nota-se maior taxa de prematuridade nas adolescentes de 10 a 14 anos, quando comparada com as de 15–19 e de 20–34 anos. Esse fato pode estar relacionado a condições variadas, como fatores socioeconômicos e assistência pré-natal, sendo importante fator de risco.