Dmitri Da Silva Gobbi Araujo, Beatriz de Oliveira e Castro, Luan Carlos Zangrando de Araujo, Bruna Leite Marques, Pedro Henrique de Moraes Ramos Menezes, Raquel Goncalves Zangrando
{"title":"里约热内卢里约热内卢州过去5年艾滋病毒垂直传播的比较分析","authors":"Dmitri Da Silva Gobbi Araujo, Beatriz de Oliveira e Castro, Luan Carlos Zangrando de Araujo, Bruna Leite Marques, Pedro Henrique de Moraes Ramos Menezes, Raquel Goncalves Zangrando","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1053","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é responsável por atacar o sistema imunológico, principalmente os linfócitos TCD4. Segundo o Ministério da Saúde, no estado do Rio de Janeiro (RJ), entre 2018 e 2022, foram registrados 106 casos de gestantes positivas para o HIV e transmissão vertical do vírus. Pacientes soropositivas podem transmitir o vírus para o feto durante a gravidez e amamentação, tornando o cuidado pré-natal, durante o parto e pós-parto essencial. Objetivo: O objetivo deste estudo é realizar uma análise comparativa da relação entre os casos de gestantes soropositivas e a transmissão vertical do HIV no período de 2018 a 2022, no RJ, a fim de contribuir para a implementação de medidas de prevenção de novos casos. Métodos: Trata-se de estudo que utilizou dados do Departamento de HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DVIAHV), referentes aos anos de 2018 a 2022, no RJ. As variáveis analisadas foram: número de gestantes HIV+ notificadas nesse período, notificações de transmissão vertical no RJ e raça. Não foi necessária a aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que os dados utilizados são de acesso público. Os dados foram tabulados e analisados utilizando-se o programa Microsoft Excel. Resultados: Durante o período analisado, foram diagnosticados 4.593 casos de gestantes com HIV positivo no estado do RJ. Em relação à raça dessas mulheres, 840 eram brancas (18,28%), 1.126 eram pretas (24,51%), 2.251 eram pardas (49,01%), 27 eram amarelas (0,58%), 2 eram indígenas (0,04%) e 347 não tiveram sua raça identificada (7,55%). Além disso, foram registrados 106 casos de transmissão vertical de HIV/aids nesse período. Em relação à raça dos casos de transmissão vertical, 30 eram pessoas brancas (28,30%), 34 eram pardas (32,07%), 20 eram pretas (18,86%), 1 era amarela (0,94%), 1 era indígena (0,94%) e 20 casos (18,86%) não tinham informações sobre a raça. Conclusão: Observou-se que há número significativo de gestantes HIV+ entre mulheres pretas e pardas. Além disso, constatou-se uma proporção considerável de casos de transmissão vertical entre pessoas pretas e pardas, ressaltando também a alta porcentagem de indivíduos sem informação sobre a raça. Esses achados indicam que a autoidentificação racial e a falta de informação sobre a raça podem impactar a notificação adequada dos casos, prejudicando a análise epidemiológica e sociodemográfica. Assim, é possível que a porcentagem de gestantes HIV+ da raça preta esteja subestimada devido à subnotificação. 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Análise comparativa da transmissão vertical do HIV nos últimos 5 anos no estado do Rio de Janeiro
Introdução: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é responsável por atacar o sistema imunológico, principalmente os linfócitos TCD4. Segundo o Ministério da Saúde, no estado do Rio de Janeiro (RJ), entre 2018 e 2022, foram registrados 106 casos de gestantes positivas para o HIV e transmissão vertical do vírus. Pacientes soropositivas podem transmitir o vírus para o feto durante a gravidez e amamentação, tornando o cuidado pré-natal, durante o parto e pós-parto essencial. Objetivo: O objetivo deste estudo é realizar uma análise comparativa da relação entre os casos de gestantes soropositivas e a transmissão vertical do HIV no período de 2018 a 2022, no RJ, a fim de contribuir para a implementação de medidas de prevenção de novos casos. Métodos: Trata-se de estudo que utilizou dados do Departamento de HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DVIAHV), referentes aos anos de 2018 a 2022, no RJ. As variáveis analisadas foram: número de gestantes HIV+ notificadas nesse período, notificações de transmissão vertical no RJ e raça. Não foi necessária a aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que os dados utilizados são de acesso público. Os dados foram tabulados e analisados utilizando-se o programa Microsoft Excel. Resultados: Durante o período analisado, foram diagnosticados 4.593 casos de gestantes com HIV positivo no estado do RJ. Em relação à raça dessas mulheres, 840 eram brancas (18,28%), 1.126 eram pretas (24,51%), 2.251 eram pardas (49,01%), 27 eram amarelas (0,58%), 2 eram indígenas (0,04%) e 347 não tiveram sua raça identificada (7,55%). Além disso, foram registrados 106 casos de transmissão vertical de HIV/aids nesse período. Em relação à raça dos casos de transmissão vertical, 30 eram pessoas brancas (28,30%), 34 eram pardas (32,07%), 20 eram pretas (18,86%), 1 era amarela (0,94%), 1 era indígena (0,94%) e 20 casos (18,86%) não tinham informações sobre a raça. Conclusão: Observou-se que há número significativo de gestantes HIV+ entre mulheres pretas e pardas. Além disso, constatou-se uma proporção considerável de casos de transmissão vertical entre pessoas pretas e pardas, ressaltando também a alta porcentagem de indivíduos sem informação sobre a raça. Esses achados indicam que a autoidentificação racial e a falta de informação sobre a raça podem impactar a notificação adequada dos casos, prejudicando a análise epidemiológica e sociodemográfica. Assim, é possível que a porcentagem de gestantes HIV+ da raça preta esteja subestimada devido à subnotificação. A avaliação epidemiológica e sociodemográfica pode ser comprometida devido à falta de informações sobre raça em alguns casos.