Guilherme do Nascimento Bravim, Icaro Maia Silva, Julia Monteiro Jacarandá, Karina Cristina Ramos Walter
{"title":"巴西青少年母亲产前咨询服务分析(2014 - 2020年)","authors":"Guilherme do Nascimento Bravim, Icaro Maia Silva, Julia Monteiro Jacarandá, Karina Cristina Ramos Walter","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1056","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Durante a gravidez, é crucial que as gestantes adolescentes recebam pré-natal de qualidade para monitorar a saúde tanto da mãe quanto do bebê até o momento do parto. No entanto, é preocupante a alta proporção de puérperas adolescentes que não alcançam o número mínimo de consultas pré-natais recomendado pelo Ministério da Saúde, o qual é de, no mínimo, seis consultas iniciadas antes ou durante o terceiro mês de gravidez. A falta de atendimento adequado pode levar a complicações graves. Objetivo: Analisar o número de atendimentos pré-natais realizados por mães adolescentes com idades entre 10 e 19 anos no período de 2014 a 2020 e examinar a variação ao longo dos anos. Método: Este é um estudo observacional e descritivo de delineamento transversal. Os dados foram obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). As gestantes na faixa etária de 10 a 19 anos que deram à luz entre 2014 e 2020 foram classificadas em cinco grupos de acordo com o número de consultas pré-natais realizadas: Não fez, se não realizaram consulta pré-natal durante a gestação; Inadequado, se iniciaram o pré-natal após o terceiro mês de gestação ou fizeram menos de 3 consultas; Intermediário, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram de 3 a 5 consultas; Adequado, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram 6 consultas; e Mais que adequado, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram 7 ou mais consultas. Gestantes com quantidade de pré-natais não classificadas ou não informadas foram excluídas da análise. Resultados: A taxa de gestantes que realizaram um número mais que adequado de consultas pré-natais mostrou um aumento de 4,94% (de 46,49 para 51,34%) no período de 2014 a 2019, mas apresentou uma queda de 1,40% em 2020. Já a variação da taxa de puérperas que realizaram um número adequado de consultas pré-natais foi de -1,34% (de 9,89 para 8,55%) entre 2014 e 2019, mantendo-se constante em 2020. A proporção de grávidas que realizaram um número inadequado de consultas pré-natais diminuiu 4,08% (de 32,13 para 28,05%) de 2014 a 2019, mas mostrou um aumento de 0,08% em 2020. A taxa de gestantes que não realizaram pré-natal e aquelas que realizaram um número intermediário de consultas manteve-se constante, com valores próximos a 0,82 e 10,45%, respectivamente. Conclusão: Esses resultados demonstram que a taxa de gestantes adolescentes que realizam tanto um número inadequado quanto um número adequado de consultas pré-natais tende a diminuir ao longo dos anos, pois essas puérperas estão migrando cada vez mais para a categoria de gestantes que realizam um número mais que adequado de consultas, a qual mostra uma tendência forte de aumento. No entanto, no ano de 2020, marcado pela pandemia de COVID-19, esses padrões se inverteram, provavelmente devido às restrições impostas. 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As gestantes na faixa etária de 10 a 19 anos que deram à luz entre 2014 e 2020 foram classificadas em cinco grupos de acordo com o número de consultas pré-natais realizadas: Não fez, se não realizaram consulta pré-natal durante a gestação; Inadequado, se iniciaram o pré-natal após o terceiro mês de gestação ou fizeram menos de 3 consultas; Intermediário, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram de 3 a 5 consultas; Adequado, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram 6 consultas; e Mais que adequado, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram 7 ou mais consultas. Gestantes com quantidade de pré-natais não classificadas ou não informadas foram excluídas da análise. 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Análise do atendimento a consultas pré-natais por mães adolescentes no Brasil (2014–2020)
Introdução: Durante a gravidez, é crucial que as gestantes adolescentes recebam pré-natal de qualidade para monitorar a saúde tanto da mãe quanto do bebê até o momento do parto. No entanto, é preocupante a alta proporção de puérperas adolescentes que não alcançam o número mínimo de consultas pré-natais recomendado pelo Ministério da Saúde, o qual é de, no mínimo, seis consultas iniciadas antes ou durante o terceiro mês de gravidez. A falta de atendimento adequado pode levar a complicações graves. Objetivo: Analisar o número de atendimentos pré-natais realizados por mães adolescentes com idades entre 10 e 19 anos no período de 2014 a 2020 e examinar a variação ao longo dos anos. Método: Este é um estudo observacional e descritivo de delineamento transversal. Os dados foram obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). As gestantes na faixa etária de 10 a 19 anos que deram à luz entre 2014 e 2020 foram classificadas em cinco grupos de acordo com o número de consultas pré-natais realizadas: Não fez, se não realizaram consulta pré-natal durante a gestação; Inadequado, se iniciaram o pré-natal após o terceiro mês de gestação ou fizeram menos de 3 consultas; Intermediário, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram de 3 a 5 consultas; Adequado, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram 6 consultas; e Mais que adequado, se iniciaram o pré-natal antes ou durante o terceiro mês de gestação e fizeram 7 ou mais consultas. Gestantes com quantidade de pré-natais não classificadas ou não informadas foram excluídas da análise. Resultados: A taxa de gestantes que realizaram um número mais que adequado de consultas pré-natais mostrou um aumento de 4,94% (de 46,49 para 51,34%) no período de 2014 a 2019, mas apresentou uma queda de 1,40% em 2020. Já a variação da taxa de puérperas que realizaram um número adequado de consultas pré-natais foi de -1,34% (de 9,89 para 8,55%) entre 2014 e 2019, mantendo-se constante em 2020. A proporção de grávidas que realizaram um número inadequado de consultas pré-natais diminuiu 4,08% (de 32,13 para 28,05%) de 2014 a 2019, mas mostrou um aumento de 0,08% em 2020. A taxa de gestantes que não realizaram pré-natal e aquelas que realizaram um número intermediário de consultas manteve-se constante, com valores próximos a 0,82 e 10,45%, respectivamente. Conclusão: Esses resultados demonstram que a taxa de gestantes adolescentes que realizam tanto um número inadequado quanto um número adequado de consultas pré-natais tende a diminuir ao longo dos anos, pois essas puérperas estão migrando cada vez mais para a categoria de gestantes que realizam um número mais que adequado de consultas, a qual mostra uma tendência forte de aumento. No entanto, no ano de 2020, marcado pela pandemia de COVID-19, esses padrões se inverteram, provavelmente devido às restrições impostas. É válido realizar um estudo para entender o motivo dessa mudança.