{"title":"SERRA MAR农业生态组织的妇女:加强网络行动的大众教育实践","authors":"S. Santos, V. Schottz","doi":"10.29388/978-65-86678-92-5-0-f.82-93","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente capítulo tem como objetivo compartilhar a experiência recente de organização do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação de Agroecologia Serra Mar (GT Mulheres da AASM). Essa caminhada vem sendo construída coletivamente em interação com projetos de extensão popular desenvolvidos em universidades públicas numa perspectiva interdisciplinar e interinstitucional. O GT Mulheres da AASM está inserido em uma estratégia mais ampla de auto-organização nos diversos espaços e redes regionais/estaduais que constituem a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Em sua ação política, o GT Mulheres da ANA, que reúne, atualmente, mais de 300 movimentos e organizações, busca fortalecer e valorizar as experiências agroecológicas das mulheres nos diferentes contextos socioambientais, promover espaços de formação e incidir sobre as políticas públicas a partir de uma perspectiva feminista “popular, antirracista e antiLGBT-fóbico” (GT Mulheres, 2018). O ingresso no século XXI vem mostrando que há um conjunto de opressões que vem sendo renovado secularmente pela sociabilidade capitalista com a finalidade de acúmulo de lucros para pequenos grupos, famílias e corporações no mundo. Além da exploração de classe, temos a opressão étnico-racial e patriarcal. Dessa forma, compreende-se a necessidade de as mulheres terem um espaço próprio para trocas sobre suas condições de vida e para se articularem e se fortalecerem enquanto sujeitos políticos. Nós mulheres somos protagonistas em diversas esferas e dimensões da vida, mas estamos sendo objetificadas há muitos séculos por opressões patriarcais, que anulam nossos conhecimentos, saberes e práticas, que superexploram e ao mesmo tempo desvalorizam nosso trabalho e que impõem regras sociais que limitam nossos corpos e nossas possibilidades de emancipação. Essas desigualdades são ainda mais fortes entre determinados segmentos sociais e essa iniciativa vem sendo construída para fortalecer mulheres agricultoras. Nesse contexto, em 2017 tem origem o GT Mulheres da AASM como um coletivo que se articula em torno da defesa da agroecologia, dos direitos das","PeriodicalId":253367,"journal":{"name":"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"MULHERES DA ARTICULAÇÃO DE AGROECOLOGIA SERRA MAR: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR FORTALECENDO AÇÕES EM REDE\",\"authors\":\"S. Santos, V. Schottz\",\"doi\":\"10.29388/978-65-86678-92-5-0-f.82-93\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente capítulo tem como objetivo compartilhar a experiência recente de organização do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação de Agroecologia Serra Mar (GT Mulheres da AASM). Essa caminhada vem sendo construída coletivamente em interação com projetos de extensão popular desenvolvidos em universidades públicas numa perspectiva interdisciplinar e interinstitucional. O GT Mulheres da AASM está inserido em uma estratégia mais ampla de auto-organização nos diversos espaços e redes regionais/estaduais que constituem a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Em sua ação política, o GT Mulheres da ANA, que reúne, atualmente, mais de 300 movimentos e organizações, busca fortalecer e valorizar as experiências agroecológicas das mulheres nos diferentes contextos socioambientais, promover espaços de formação e incidir sobre as políticas públicas a partir de uma perspectiva feminista “popular, antirracista e antiLGBT-fóbico” (GT Mulheres, 2018). O ingresso no século XXI vem mostrando que há um conjunto de opressões que vem sendo renovado secularmente pela sociabilidade capitalista com a finalidade de acúmulo de lucros para pequenos grupos, famílias e corporações no mundo. Além da exploração de classe, temos a opressão étnico-racial e patriarcal. Dessa forma, compreende-se a necessidade de as mulheres terem um espaço próprio para trocas sobre suas condições de vida e para se articularem e se fortalecerem enquanto sujeitos políticos. Nós mulheres somos protagonistas em diversas esferas e dimensões da vida, mas estamos sendo objetificadas há muitos séculos por opressões patriarcais, que anulam nossos conhecimentos, saberes e práticas, que superexploram e ao mesmo tempo desvalorizam nosso trabalho e que impõem regras sociais que limitam nossos corpos e nossas possibilidades de emancipação. Essas desigualdades são ainda mais fortes entre determinados segmentos sociais e essa iniciativa vem sendo construída para fortalecer mulheres agricultoras. Nesse contexto, em 2017 tem origem o GT Mulheres da AASM como um coletivo que se articula em torno da defesa da agroecologia, dos direitos das\",\"PeriodicalId\":253367,\"journal\":{\"name\":\"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-11-08\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.29388/978-65-86678-92-5-0-f.82-93\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29388/978-65-86678-92-5-0-f.82-93","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
MULHERES DA ARTICULAÇÃO DE AGROECOLOGIA SERRA MAR: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR FORTALECENDO AÇÕES EM REDE
O presente capítulo tem como objetivo compartilhar a experiência recente de organização do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação de Agroecologia Serra Mar (GT Mulheres da AASM). Essa caminhada vem sendo construída coletivamente em interação com projetos de extensão popular desenvolvidos em universidades públicas numa perspectiva interdisciplinar e interinstitucional. O GT Mulheres da AASM está inserido em uma estratégia mais ampla de auto-organização nos diversos espaços e redes regionais/estaduais que constituem a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Em sua ação política, o GT Mulheres da ANA, que reúne, atualmente, mais de 300 movimentos e organizações, busca fortalecer e valorizar as experiências agroecológicas das mulheres nos diferentes contextos socioambientais, promover espaços de formação e incidir sobre as políticas públicas a partir de uma perspectiva feminista “popular, antirracista e antiLGBT-fóbico” (GT Mulheres, 2018). O ingresso no século XXI vem mostrando que há um conjunto de opressões que vem sendo renovado secularmente pela sociabilidade capitalista com a finalidade de acúmulo de lucros para pequenos grupos, famílias e corporações no mundo. Além da exploração de classe, temos a opressão étnico-racial e patriarcal. Dessa forma, compreende-se a necessidade de as mulheres terem um espaço próprio para trocas sobre suas condições de vida e para se articularem e se fortalecerem enquanto sujeitos políticos. Nós mulheres somos protagonistas em diversas esferas e dimensões da vida, mas estamos sendo objetificadas há muitos séculos por opressões patriarcais, que anulam nossos conhecimentos, saberes e práticas, que superexploram e ao mesmo tempo desvalorizam nosso trabalho e que impõem regras sociais que limitam nossos corpos e nossas possibilidades de emancipação. Essas desigualdades são ainda mais fortes entre determinados segmentos sociais e essa iniciativa vem sendo construída para fortalecer mulheres agricultoras. Nesse contexto, em 2017 tem origem o GT Mulheres da AASM como um coletivo que se articula em torno da defesa da agroecologia, dos direitos das