{"title":"不要向左走,1964年","authors":"Stela Politano","doi":"10.20396/eha.vi14.3418","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste ensaio pretende-se detalhar o percurso da pintura \"Não entre à esquerda\" (1964) de Maurício Nogueira Lima (Recife, 1930 Campinas, 1999) (figura 01) entre a elaboração, a exposição, o silenciamento e sua recente aparição na exposição \"Os anos em que vivemos em perigo\", do Museu de Arte Moderna de São Paulo2. A relevância desta obra e o motivo de nos determos sobre ela se dá pelo contexto de sua criação e pela atualização política que ela propõe. Tadeu Chiarelli recentemente apontou que a pintura, em seu tempo, estava embebida pelo debate político e ideológico do país e colocava em xeque o ideário concretista, dentro de um processo de semantização nomeado por Augusto de Campos como Popcreto3. \"Para chocar\" é a frase que a reportagem do jornal Folha da Tarde, de Porto Alegre (RS), do dia 14 de abril de 19654, apresentou aos seus leitores a tela que fazia parte da exposição “Cinco arquitetos de vanguarda”, evento de grande repercussão em solo gaúcho que ocorreria ao longo do mês de maio daquele ano. Hoje, “Não entre à esquerda” reativa a tradição cartazista da qual Maurício foi um ativo a partir da década de 1950 e escancara a nossa realidade atual. Artista multimodal é como Walter Zanini definiu Nogueira Lima no II volume do seu manual História Geral da Arte no Brasil (1983)5. Nascido em Pernambuco em 1930 mas radicado em São Paulo desde os dois anos de idade, durante a década de 1950 Maurício frequentou os cursos do IAC-Masp e desde do início de sua trajetória profissional ligou-se ao grupo Ruptura. Foi um artista de princípios dogmáticos e constantes instaurativas, principalmente nas animações óticas do espaço, na seriação das construções e na busca por retículas coloridas. Como designer gráfico, atuou na comunicação visual de revistas, cartazes, propagandas e logomarcas, marcando o início do design moderno brasileiro junto com Alexandre Wollner e Aloísio Magalhães. 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摘要
这个测试目的是深入论述画”在其中的左边(1964)之间的不拿核桃利马(生于1930年坎皮纳斯,1999年)(图1)之间的冲突,展览,那次和你最近还在“那些年我们生活在危险”,是Paulo2现代艺术博物馆。这项工作的相关性和原因是由于它的创作背景和它提出的政治更新。塔杜·基亚雷利(Tadeu Chiarelli)最近指出,在他那个时代,这幅画被该国的政治和意识形态辩论所浸染,并在奥古斯托·德·坎波斯(Augusto de Campos)命名为Popcreto3的语义过程中质疑具体主义的意识形态。“孵化”这句话下午报纸上报道的一片的阿雷格里港(RS), 19654年4月14日提交给读者的屏幕展览“五建筑师先锋”活动,重大影响领土,且在当年5月的。今天,“不要进入左翼”重新点燃了毛里求斯自20世纪50年代以来一直活跃的cartazista传统,并暴露了我们当前的现实。多模态艺术家是沃尔特·扎尼尼在他的手册《巴西通史》(1983)第二卷中对诺盖拉·利马的定义。1930年出生于伯南布哥,但从两岁起就定居在sao保罗,在20世纪50年代,mauricio参加了IAC-Masp的课程,从他的职业生涯开始,他就与grupo break联系在一起。他是一位教条主义原则和常量的艺术家,主要是在空间的光学动画、建筑的顺序和对彩色网格的探索中。作为一名平面设计师,他参与了杂志、海报、广告和标识的视觉传达,与Alexandre Wollner和aloisio magalhaes一起标志着巴西现代设计的开始。毕业于麦肯齐学院的建筑师mauricio设计了住宅、建筑、公立学校,并在
Neste ensaio pretende-se detalhar o percurso da pintura "Não entre à esquerda" (1964) de Maurício Nogueira Lima (Recife, 1930 Campinas, 1999) (figura 01) entre a elaboração, a exposição, o silenciamento e sua recente aparição na exposição "Os anos em que vivemos em perigo", do Museu de Arte Moderna de São Paulo2. A relevância desta obra e o motivo de nos determos sobre ela se dá pelo contexto de sua criação e pela atualização política que ela propõe. Tadeu Chiarelli recentemente apontou que a pintura, em seu tempo, estava embebida pelo debate político e ideológico do país e colocava em xeque o ideário concretista, dentro de um processo de semantização nomeado por Augusto de Campos como Popcreto3. "Para chocar" é a frase que a reportagem do jornal Folha da Tarde, de Porto Alegre (RS), do dia 14 de abril de 19654, apresentou aos seus leitores a tela que fazia parte da exposição “Cinco arquitetos de vanguarda”, evento de grande repercussão em solo gaúcho que ocorreria ao longo do mês de maio daquele ano. Hoje, “Não entre à esquerda” reativa a tradição cartazista da qual Maurício foi um ativo a partir da década de 1950 e escancara a nossa realidade atual. Artista multimodal é como Walter Zanini definiu Nogueira Lima no II volume do seu manual História Geral da Arte no Brasil (1983)5. Nascido em Pernambuco em 1930 mas radicado em São Paulo desde os dois anos de idade, durante a década de 1950 Maurício frequentou os cursos do IAC-Masp e desde do início de sua trajetória profissional ligou-se ao grupo Ruptura. Foi um artista de princípios dogmáticos e constantes instaurativas, principalmente nas animações óticas do espaço, na seriação das construções e na busca por retículas coloridas. Como designer gráfico, atuou na comunicação visual de revistas, cartazes, propagandas e logomarcas, marcando o início do design moderno brasileiro junto com Alexandre Wollner e Aloísio Magalhães. Arquiteto formado pela Faculdade Mackenzie, Maurício projetou residências, edifícios, escolas públicas e teve uma atuação