Maria de Nazaré Moraes Soares, Sílvia Maria Dias Pedro Rebouças, José Carlos Lázaro
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A coleta de dados foi implementada a partir da história oral temática em entrevistas semiestruturadas com mulheres da Resf e observação direta e indireta em campo entre os anos de 2018 e 2021, registradas em diários de campo. A perspectiva adotada para a análise dos dados é a análise crítica do discurso. Os resultados apontam para os seguintes achados: (I) não hierarquização da organização das práticas de aprendizagem; (II) troca intensa de informações dentro e fora da rede baseada nos laços de reciprocidade; (III) uma forma de aprendizagem que prioriza as experiências com um sistema de atividades no qual o conhecer não é separado do fazer. 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A Aprendizagem Coletiva e em Rede Desenvolvida em Empreendimentos Formados por Mulheres da Economia Solidária: Uma Análise Pós-Colonialista Sobre uma Prática Feminista de Autogestão
Resumo Esta pesquisa surge dos estudos das práticas de gestão de mulheres a partir do lugar da autogestão no âmbito da Rede Feminista da Economia Solidária (Resf) e, por isso, desenvolveu-se ao longo da pesquisa o termo práticas feministas de autogestão, considerando-se as práticas que se performatizam na Economia Solidária (ES). O objetivo desta pesquisa é identificar e analisar uma das práticas feministas de autogestão observadas em campo: o desenvolvimento da aprendizagem coletiva e em rede. Os principais aportes teóricos articulados partem estudos sobre práticas de gestão feministas, da perspectiva da racionalidade substantiva, dos estudos sobre aprendizagem organizacional e a visão pós-colonialista que adere ao contexto das mulheres na ES. A coleta de dados foi implementada a partir da história oral temática em entrevistas semiestruturadas com mulheres da Resf e observação direta e indireta em campo entre os anos de 2018 e 2021, registradas em diários de campo. A perspectiva adotada para a análise dos dados é a análise crítica do discurso. Os resultados apontam para os seguintes achados: (I) não hierarquização da organização das práticas de aprendizagem; (II) troca intensa de informações dentro e fora da rede baseada nos laços de reciprocidade; (III) uma forma de aprendizagem que prioriza as experiências com um sistema de atividades no qual o conhecer não é separado do fazer. Para as mulheres, o conhecimento é integrado e distribuído na vida da comunidade, o que requer necessariamente o envolvimento que advém do sentimento de pertencimento e cuidado mútuo que as une.