Yasmin Xavier Guimarães Nasri, M. Irving, Beatriz Beatriz Ferreira Cabral, Marcelo Augusto Ribeiro de Lima, Renata Amorim Almeida Fonseca
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Nesse contexto, para se pensar em caminhos inclusivos, democráticos e colaborativos para a conservação da biodiversidade e dos valores culturais a ela associados, o presente artigo tem como objetivo analisar as potencialidades e os obstáculos para a construção de parcerias entre a gestão pública e as comunidades locais nas áreas protegidas, no sentido de fortalecimento do Lazer de Base Comunitária (LBC), nas Regiões Turísticas da Costa do Sol (RJ) e Litoral do Paraná (PR). A pesquisa qualitativa se baseou em levantamento bibliográfico e documental e observação direta nas regiões estudadas entre 2019 e 2022, complementadas por conversas informais com lideranças comunitárias e atores da gestão pública regional, registradas em caderno de campo. A análise dos resultados obtidos foi efetivada por meio da construção de uma matriz-síntese sobre os arranjos associados às iniciativas comunitárias de lazer nessas regiões. A imersão no material obtido permitiu identificar que os principais arranjos locais para o LBC estão direcionados à visitação ao patrimônio natural e cultural; à organização de festividades culturais e sacras; à produção gastronômica e de artesanatos; e a promoção de práticas desportivas e de aventura. Os desafios para a incorporação dessas ações à gestão das UCs envolvem a decodificação das diferentes visões de mundo e os significados de natureza e cultura, além da necessidade de reconhecimento dos processos históricos de organização comunitária nas regiões estudadas. As potencialidades envolvem a construção de parcerias locais vinculadas ao fortalecimento dos laços entre os diferentes atores sociais e ao reconhecimento das iniciativas já existentes no território, sem que sejam silenciados os conflitos sociais, as disputas de poder, e os modos locais de organização do trabalho e do tempo.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"2012 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Arranjos locais para o lazer de base comunitária: regiões litorâneas do Rio de Janeiro e do Paraná como laboratórios vivos de análise\",\"authors\":\"Yasmin Xavier Guimarães Nasri, M. 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Arranjos locais para o lazer de base comunitária: regiões litorâneas do Rio de Janeiro e do Paraná como laboratórios vivos de análise
A leitura de natureza que fundamenta a elaboração e implementação de políticas públicas na América Latina reflete, em grande medida, a visão de mundo ocidental de cisão entre humanos e não humanos, decorrente de um longo processo de colonização que, historicamente, vem regulamentando as práticas de conservação da biodiversidade, inclusive no Brasil. Nesse contexto, para se pensar em caminhos inclusivos, democráticos e colaborativos para a conservação da biodiversidade e dos valores culturais a ela associados, o presente artigo tem como objetivo analisar as potencialidades e os obstáculos para a construção de parcerias entre a gestão pública e as comunidades locais nas áreas protegidas, no sentido de fortalecimento do Lazer de Base Comunitária (LBC), nas Regiões Turísticas da Costa do Sol (RJ) e Litoral do Paraná (PR). A pesquisa qualitativa se baseou em levantamento bibliográfico e documental e observação direta nas regiões estudadas entre 2019 e 2022, complementadas por conversas informais com lideranças comunitárias e atores da gestão pública regional, registradas em caderno de campo. A análise dos resultados obtidos foi efetivada por meio da construção de uma matriz-síntese sobre os arranjos associados às iniciativas comunitárias de lazer nessas regiões. A imersão no material obtido permitiu identificar que os principais arranjos locais para o LBC estão direcionados à visitação ao patrimônio natural e cultural; à organização de festividades culturais e sacras; à produção gastronômica e de artesanatos; e a promoção de práticas desportivas e de aventura. Os desafios para a incorporação dessas ações à gestão das UCs envolvem a decodificação das diferentes visões de mundo e os significados de natureza e cultura, além da necessidade de reconhecimento dos processos históricos de organização comunitária nas regiões estudadas. As potencialidades envolvem a construção de parcerias locais vinculadas ao fortalecimento dos laços entre os diferentes atores sociais e ao reconhecimento das iniciativas já existentes no território, sem que sejam silenciados os conflitos sociais, as disputas de poder, e os modos locais de organização do trabalho e do tempo.