{"title":"历史学习:作为训练工具的自传体叙述","authors":"J. Cunha","doi":"10.1590/0104-4060.46025","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Narrar a propria experiencia provoca estranhamentos do saber sobre o lugar comum e podem possibilitar conscientizacoes, nas relacoes entre historia, estrutura social e trajetorias individuais. Nesse sentido, indagamos como a imaginacao e a consciencia historica, o estranhamento e a desnaturalizacao, tidos como objetivos do ensino de historia, se aproximam das narrativas autobiograficas como dispositivos de formacao, estabelecendo um dialogo entre ensino de historia e o campo da pesquisa (auto)biografica em educacao. Este trabalho poe em dialogo as orientacoes legais sobre as especificidades da aprendizagem historica e as narrativas autobiograficas como dispositivos de formacao. Discute a fundamentacao epistemologica do trabalho com narrativas autorreferenciais nas aulas de historia; e, apresenta e analisa a aplicacao de uma proposta de ensino de historia a partir de narrativas autobiograficas de alunos do ensino medio. A analise dos relatos, decorrentes da proposta, foi realizada com base na analise textual discursiva, cujas unidades de analise tambem foram fundamentadas no conceito de construcao e reconstrucao da aprendizagem, nas relacoes entre a reflexao autobiografica e a imaginacao historica, e no papel da aprendizagem historica na constituicao de uma consciencia historica. Estranhar e desnaturalizar o que se sabe sobre si, o que se escuta sobre si e deixar em suspensao para novas reorganizacoes, para construcoes e reconstrucoes da aprendizagem e, principalmente, para uma pratica de questionamentos em que a interrogacao nao versa somente sobre o outro, mas sobre si na relacao com outros e com os fatos historicos. Eis ai talvez uma tarefa da educacao em que a historia adquire importância na formacao dos jovens. Desse modo, o que sustentamos e a centralidade da relacao sociedade-individuo no ensino de historia na educacao escolar.","PeriodicalId":190039,"journal":{"name":"Ensino de História: histórias, memórias, perspectivas e interfaces","volume":"15 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2016-06-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":"{\"title\":\"APRENDIZAGEM HISTÓRICA: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS COMODISPOSITIVOS DE FORMAÇÃO\",\"authors\":\"J. Cunha\",\"doi\":\"10.1590/0104-4060.46025\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Narrar a propria experiencia provoca estranhamentos do saber sobre o lugar comum e podem possibilitar conscientizacoes, nas relacoes entre historia, estrutura social e trajetorias individuais. Nesse sentido, indagamos como a imaginacao e a consciencia historica, o estranhamento e a desnaturalizacao, tidos como objetivos do ensino de historia, se aproximam das narrativas autobiograficas como dispositivos de formacao, estabelecendo um dialogo entre ensino de historia e o campo da pesquisa (auto)biografica em educacao. Este trabalho poe em dialogo as orientacoes legais sobre as especificidades da aprendizagem historica e as narrativas autobiograficas como dispositivos de formacao. Discute a fundamentacao epistemologica do trabalho com narrativas autorreferenciais nas aulas de historia; e, apresenta e analisa a aplicacao de uma proposta de ensino de historia a partir de narrativas autobiograficas de alunos do ensino medio. A analise dos relatos, decorrentes da proposta, foi realizada com base na analise textual discursiva, cujas unidades de analise tambem foram fundamentadas no conceito de construcao e reconstrucao da aprendizagem, nas relacoes entre a reflexao autobiografica e a imaginacao historica, e no papel da aprendizagem historica na constituicao de uma consciencia historica. Estranhar e desnaturalizar o que se sabe sobre si, o que se escuta sobre si e deixar em suspensao para novas reorganizacoes, para construcoes e reconstrucoes da aprendizagem e, principalmente, para uma pratica de questionamentos em que a interrogacao nao versa somente sobre o outro, mas sobre si na relacao com outros e com os fatos historicos. Eis ai talvez uma tarefa da educacao em que a historia adquire importância na formacao dos jovens. Desse modo, o que sustentamos e a centralidade da relacao sociedade-individuo no ensino de historia na educacao escolar.\",\"PeriodicalId\":190039,\"journal\":{\"name\":\"Ensino de História: histórias, memórias, perspectivas e interfaces\",\"volume\":\"15 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2016-06-29\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"2\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Ensino de História: histórias, memórias, perspectivas e interfaces\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.1590/0104-4060.46025\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ensino de História: histórias, memórias, perspectivas e interfaces","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/0104-4060.46025","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
APRENDIZAGEM HISTÓRICA: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS COMODISPOSITIVOS DE FORMAÇÃO
Narrar a propria experiencia provoca estranhamentos do saber sobre o lugar comum e podem possibilitar conscientizacoes, nas relacoes entre historia, estrutura social e trajetorias individuais. Nesse sentido, indagamos como a imaginacao e a consciencia historica, o estranhamento e a desnaturalizacao, tidos como objetivos do ensino de historia, se aproximam das narrativas autobiograficas como dispositivos de formacao, estabelecendo um dialogo entre ensino de historia e o campo da pesquisa (auto)biografica em educacao. Este trabalho poe em dialogo as orientacoes legais sobre as especificidades da aprendizagem historica e as narrativas autobiograficas como dispositivos de formacao. Discute a fundamentacao epistemologica do trabalho com narrativas autorreferenciais nas aulas de historia; e, apresenta e analisa a aplicacao de uma proposta de ensino de historia a partir de narrativas autobiograficas de alunos do ensino medio. A analise dos relatos, decorrentes da proposta, foi realizada com base na analise textual discursiva, cujas unidades de analise tambem foram fundamentadas no conceito de construcao e reconstrucao da aprendizagem, nas relacoes entre a reflexao autobiografica e a imaginacao historica, e no papel da aprendizagem historica na constituicao de uma consciencia historica. Estranhar e desnaturalizar o que se sabe sobre si, o que se escuta sobre si e deixar em suspensao para novas reorganizacoes, para construcoes e reconstrucoes da aprendizagem e, principalmente, para uma pratica de questionamentos em que a interrogacao nao versa somente sobre o outro, mas sobre si na relacao com outros e com os fatos historicos. Eis ai talvez uma tarefa da educacao em que a historia adquire importância na formacao dos jovens. Desse modo, o que sustentamos e a centralidade da relacao sociedade-individuo no ensino de historia na educacao escolar.