K. Marro, E. C. Barbosa, H. Alves, J. O. Monteiro, R. Dulcich
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Esta experiência vem se desenvolvendo na região desde 2010 em diálogo com movimentos sociais que lutam pela terra, contribuindo com o fortalecimento destes territórios de reforma agrária na perspectiva dos direitos humanos e de cidadania, assim como também, articulando estes processos extensionistas à formação profissional de discentes dos cursos envolvidos. Dentre as frentes de atuação construídas junto às comunidades organizadas nos territórios, destacamos: atividades de formação humana, política e cultural; de educação popular em saúde; estudos socioeconômicos e epidemiológicos; articulação com a rede de serviços socioassistenciais locais e regionais; registros da memória histórica das comunidades rurais; trabalhos de reflexão e produção com mulheres, com jovens, dentre outras. Ao propormos realizar um trabalho de acompanhamento e assessoria do processo de construção de assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária, os momentos iniciais de levantamento e identificação das demandas sociais, econômicas e de saúde da comunidade são fundamentais. Trata-se de reconhecer necessidades coletivas que merecem especial atenção para a melhoria das condições de vida e o acesso aos direitos, mas também, pela potência em construir a partir deste encontro um processo que preserve e potencialize o protagonismo dos sujeitos envolvidos, na contramão de processos de apaziguamento que descaracterizam e fragmentam as lutas sociais.","PeriodicalId":253367,"journal":{"name":"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência","volume":"62 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"CONHECER PARA AFIRMAR DIREITOS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS DE TERRITÓRIOS QUE LUTAM PELA TERRA\",\"authors\":\"K. Marro, E. C. Barbosa, H. Alves, J. O. Monteiro, R. 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CONHECER PARA AFIRMAR DIREITOS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS DE TERRITÓRIOS QUE LUTAM PELA TERRA
O capítulo busca refletir e socializar um instrumento metodológico para o conhecimento das condições sociais e econômicas de indivíduos e populações de territórios que lutam pela terra, a fim de traçar o perfil das comunidades e das suas necessidades tanto para reivindicar acesso às políticas públicas e garantias de direitos, quanto para pensar outras ações auto-organizativas importantes na construção de acampamentos e assentamentos. A proposta emerge da experiência de um Programa de Extensão desenvolvido por professores e estudantes dos cursos de graduação em Serviço Social e Enfermagem, da Universidade Federal Fluminense/Campus de Rio das Ostras. Esta experiência vem se desenvolvendo na região desde 2010 em diálogo com movimentos sociais que lutam pela terra, contribuindo com o fortalecimento destes territórios de reforma agrária na perspectiva dos direitos humanos e de cidadania, assim como também, articulando estes processos extensionistas à formação profissional de discentes dos cursos envolvidos. Dentre as frentes de atuação construídas junto às comunidades organizadas nos territórios, destacamos: atividades de formação humana, política e cultural; de educação popular em saúde; estudos socioeconômicos e epidemiológicos; articulação com a rede de serviços socioassistenciais locais e regionais; registros da memória histórica das comunidades rurais; trabalhos de reflexão e produção com mulheres, com jovens, dentre outras. Ao propormos realizar um trabalho de acompanhamento e assessoria do processo de construção de assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária, os momentos iniciais de levantamento e identificação das demandas sociais, econômicas e de saúde da comunidade são fundamentais. Trata-se de reconhecer necessidades coletivas que merecem especial atenção para a melhoria das condições de vida e o acesso aos direitos, mas também, pela potência em construir a partir deste encontro um processo que preserve e potencialize o protagonismo dos sujeitos envolvidos, na contramão de processos de apaziguamento que descaracterizam e fragmentam as lutas sociais.