Interface entre os fazeres matemáticos da cultura africana ganesa manifestados em tecidos e as práticas desenvolvidas em sala de aulas à luz da Etnomatemática

Neste artigo, procuramos compreender a relação dos tecidos de Gana com a Matemática acadêmica ensinada em sala de aulas, no sentido de tornar possível a aprendizagem de Matemática baseada em contextos específicos. Nesta perspectiva, o estudo explorou os resultados de uma pesquisa desenvolvida por Santos (2008), no âmbito da elaboração da sua dissertação de mestrado, defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A pesquisa objetivou-se em levantar alguns saberes matemáticos embutidos nos tecidos Kente da cultura de Gana, com vista estabelecer uma ligação com atividades desenvolvidas em sala de aula. A mesma foi encaminhada a dar resposta na seguinte questão científica: Como a cultura africana, por meio das representatividades dos fazeres do tear africano Kente, pode contribuir com os processos de ensino-aprendizagem em uma sala de aula de matemática? Para tal, adotou-se metodologicamente o paradigma qualitativo, utilizando fundamentalmente a entrevista como a principal técnica de recolha de dados. O principal referencial teórico foi tomado de Ubiratan D’Ambrosio. Os resultados obtidos, permitiram a elaboração de atividades que permitem o diálogo entre os saberes culturais com a Matemática acadêmica.