{"title":"格拉西利亚诺·拉莫斯的《亚历山大和其他英雄的故事》中的男性叙事王国","authors":"F. F. Vasconcelos","doi":"10.13102/LM.V11I2.6256","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo analisar os quatorze contos do livro Alexandre e outros heróis (1970) de Graciliano Ramos, buscando demonstrar como eles se afastam da tradição realista e do biografismo que marcou sua obra e se aproximam dos motivos da cultura popular e do folclore do Nordeste, pode-se até afirmar que os contos bebem na tradição da linguagem oral e se avizinham do fantástico e do maravilhoso. Assim, averiguamos como esses contos, embora independentes, se comunicam e se referenciam uns com os outros, convergindo para um todo harmônico e se tornam histórias encaixadas como bem definiu Todorov (2003). O objetivo geral é demonstrar que Alexandre é um “Homem-narrativa” que, segundo Todorov, é um tipo de narrador que dá vida às inúmeras vozes condenadas a narrar a própria solidão. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica em que o texto teórico de Todorov (2003) ilumina o texto literário. Procuramos evidenciar ainda como nesses contos a palavra assume uma força mágica numa simbiose perfeita entre o real e o fabulado, amparado na lógica aristotélica: “não é ofício do poeta narrar o que aconteceu e, sim, o de representar o que podia acontecer, quer dizer, o que é possível dizer segundo a verossimilhança e a necessidade” (ARISTÓTELES, 1969, p. 171). Isto posto, notamos que esse narrador de casos mantém viva a tradição da cultura, principalmente, se pensarmos de acordo com Walter Benjamim que estamos cada vez “mais pobres de experiências comunicáveis” (1987, p. 198).","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"215 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-06-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"O reino dos homens-narrativas nos contos de Alexandre e outros heróis de Graciliano Ramos\",\"authors\":\"F. F. Vasconcelos\",\"doi\":\"10.13102/LM.V11I2.6256\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente artigo tem por objetivo analisar os quatorze contos do livro Alexandre e outros heróis (1970) de Graciliano Ramos, buscando demonstrar como eles se afastam da tradição realista e do biografismo que marcou sua obra e se aproximam dos motivos da cultura popular e do folclore do Nordeste, pode-se até afirmar que os contos bebem na tradição da linguagem oral e se avizinham do fantástico e do maravilhoso. Assim, averiguamos como esses contos, embora independentes, se comunicam e se referenciam uns com os outros, convergindo para um todo harmônico e se tornam histórias encaixadas como bem definiu Todorov (2003). O objetivo geral é demonstrar que Alexandre é um “Homem-narrativa” que, segundo Todorov, é um tipo de narrador que dá vida às inúmeras vozes condenadas a narrar a própria solidão. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica em que o texto teórico de Todorov (2003) ilumina o texto literário. Procuramos evidenciar ainda como nesses contos a palavra assume uma força mágica numa simbiose perfeita entre o real e o fabulado, amparado na lógica aristotélica: “não é ofício do poeta narrar o que aconteceu e, sim, o de representar o que podia acontecer, quer dizer, o que é possível dizer segundo a verossimilhança e a necessidade” (ARISTÓTELES, 1969, p. 171). Isto posto, notamos que esse narrador de casos mantém viva a tradição da cultura, principalmente, se pensarmos de acordo com Walter Benjamim que estamos cada vez “mais pobres de experiências comunicáveis” (1987, p. 198).\",\"PeriodicalId\":346819,\"journal\":{\"name\":\"Revista Légua & Meia\",\"volume\":\"215 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-06-13\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Légua & Meia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.13102/LM.V11I2.6256\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Légua & Meia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.13102/LM.V11I2.6256","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O reino dos homens-narrativas nos contos de Alexandre e outros heróis de Graciliano Ramos
O presente artigo tem por objetivo analisar os quatorze contos do livro Alexandre e outros heróis (1970) de Graciliano Ramos, buscando demonstrar como eles se afastam da tradição realista e do biografismo que marcou sua obra e se aproximam dos motivos da cultura popular e do folclore do Nordeste, pode-se até afirmar que os contos bebem na tradição da linguagem oral e se avizinham do fantástico e do maravilhoso. Assim, averiguamos como esses contos, embora independentes, se comunicam e se referenciam uns com os outros, convergindo para um todo harmônico e se tornam histórias encaixadas como bem definiu Todorov (2003). O objetivo geral é demonstrar que Alexandre é um “Homem-narrativa” que, segundo Todorov, é um tipo de narrador que dá vida às inúmeras vozes condenadas a narrar a própria solidão. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica em que o texto teórico de Todorov (2003) ilumina o texto literário. Procuramos evidenciar ainda como nesses contos a palavra assume uma força mágica numa simbiose perfeita entre o real e o fabulado, amparado na lógica aristotélica: “não é ofício do poeta narrar o que aconteceu e, sim, o de representar o que podia acontecer, quer dizer, o que é possível dizer segundo a verossimilhança e a necessidade” (ARISTÓTELES, 1969, p. 171). Isto posto, notamos que esse narrador de casos mantém viva a tradição da cultura, principalmente, se pensarmos de acordo com Walter Benjamim que estamos cada vez “mais pobres de experiências comunicáveis” (1987, p. 198).