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Sobre a negatividade do mundo e a questão do sofrimento em Adorno e Schopenhauer
Este artigo se propõe a mostrar a centralidade que a questão do sofrimento adquire nas filosofias de Arthur Schopenhauer e Theodor Adorno. O ponto de partida é um recorte preciso na obra de ambos os autores visando a uma reconstrução breve da metafísica de Schopenhauer, com ênfase na concepção de Vontade, desenvolvida em O mundo como vontade e como representação, de 1818, e a uma apresentação dos conceitos principais que compõem a concepção de dialética negativa, exposta por Adorno na obra homônima de 1966. Por fim, defendo a tese de que, de um lado, Adorno se aproxima de Schopenhauer ao conceder uma centralidade à questão sofrimento e, mais especificamente, a um sofrimento corporal ou físico. Por outro lado, mostro que há elementos inconciliáveis entre as duas filosofias na medida em que a noção de dialética negativa pretende se afastar de toda forma de idealismo, e o sistema metafísico desenvolvido por Schopenhauer não teria sido capaz, na leitura de Adorno, de romper efetivamente com a filosofia idealista.