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A construção do ethos em crônicas de Manuel Bandeira
Nosso objetivo neste trabalho é discutir o conceito de ethos explorando seu aspecto de construção por parte do intérprete. Trata-se de parte de uma pesquisa mais ampla que investiga as crônicas de Manuel Bandeira levando em conta as reflexões da Análise do Discurso francesa (AD) sobre o campo literário, em especial o quadro teórico-metodológico proposto por Maingueneau (2006). Aqui, apoiamo-nos nas reflexões do analista (2000, 2006, 2016) sobre ethos, a teoria que elabora a partir da noção de ethos retórico. Maingueneau parte do princípio de que os textos escritos também podem ser associados a um tom, a uma voz que remete à figura do locutor, à imagem que o intérprete dele constrói. O analista (2006) elenca algumas dificuldades ligadas à noção: a primeira advém da constatação de que o público constrói determinadas representações do locutor antes mesmo que ele enuncie, o que faz com que proponha uma distinção entre ethos discursivo e ethos pré-discursivo. Uma segunda ordem de problemas provém do fato de que, quando da elaboração do ethos, fatores diversos interagem, como a afetividade do intérprete. Baseados nessa teoria, analisamos um conjunto de dados encontrados em crônicas de Manuel Bandeira. Trata-se de um material que permite a observação de aspectos ligados à construção do ethos por parte do intérprete, aos índices em que se apoia para construí-lo. A análise aponta os vocábulos e expressões com função descritivo-avaliativa como lugar privilegiado de atribuição de um ethos franco, digno, um ethos de homem de bem.