Narrativas antirracistas no enfrentamento ao contexto de neofascismo: educando sujeitos históricos nas lutas

O presente artigo é uma reflexão diante da conjuntura política neofascista brasileira firmada por discursos racistas que expressam o desprezo e a indiferença históricos pelas vidas e corpos das populações que constroem, em seus cotidianos, formas de resistências. Fundamentados pelos estudos do intelectual africano Achille Mbembe sobre Necropolítica, nos voltamos ao projeto genocida contra as populações negras, indígenas e quilombolas, a partir do discurso de centralidade na ideia de povo brasileiro, como parte de uma estratégia de silenciamento destes grupos. Para ilustrar essa situação, utilizamos uma narrativa episódica de uma Reunião Ministerial cujos discursos indicam elementos de uma ilusória democracia racial. Apresentamos a noção de sujeito histórico como sujeito que se constitui nas lutas, para o reconhecimento de suas memórias. Como docentes, afirmamos a urgência de composição de narrativas antirracistas na educação e a formação de sujeitos históricos e o reconhecimento do engajamento político do Movimento Negro transparecido nas Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnico-Raciais, e que se estende aos conhecimentos educativos e emancipadores sobre o racismo no Brasil.